Relatório da Unicef indica que risco de surto de doenças preveníveis por vacinação é o mais alto em 30 anos

22 de abril de 2023 às 09:14
Alerta

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O risco de surtos de doenças que podem ser evitadas pela vacinação nas Américas atinge o nível mais alto em 30 anos devido a queda na cobertura vacinal. O alerta foi feito pelo diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Jarbas Barbosa. Embora as Américas tenham sido a primeira região do mundo a eliminar a poliomielite em 1994 e tenham sido historicamente líderes mundiais no controle e eliminação de doenças, “os programas nacionais de imunização sofreram inúmeras perdas na última década”, disse Jarbas. Barbosa durante entrevista à imprensa.

Um novo relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), divulgado nesta semana, trouxe um alerta sobre a vacinação das crianças no mundo. Dos 55 países analisados, 52 tiveram queda na cobertura vacinal. Como consequência, 67 milhões de crianças deixaram de ser imunizadas integral ou parcialmente nos últimos três anos.

No Brasil, quase 26% da população infantil não recebeu nenhuma dose de vacina em 2021. Em Angola, o número chega a 43%. O país africano lidera em disparidade da vacinação entre menores que vivem na cidade e os que moram no campo. No meio rural, 50% das crianças nunca foram imunizadas.  Financiamento inadequado para a imunização e aumento da hesitação em relação às vacinas devido à desinformação têm sido alguns dos principais fatores para a queda na cobertura, ainda mais exacerbados pela pandemia de Covid-19, avalia a Opas.

Atualmente, a região das Américas é a segunda do mundo com a pior cobertura vacinal. Cerca de 2,7 milhões de crianças não receberam todas as doses em 2021, deixando-as sem proteção completa contra difteria, tétano e coqueluche. Dois países – Brasil e México – respondem por mais de 50% das crianças que nunca receberam uma vacina na região.

A falta de implementação e manutenção eficazes da cobertura vacinal de rotina deixa as crianças “suscetíveis a doenças como poliomielite, tétano, sarampo e difteria”, disse Barbosa.

“Os programas nacionais de imunização são nossa primeira linha de defesa contra surtos”, disse Barbosa. “Mas cada um de nós pode fazer sua parte para proteger a si mesmo e a seus entes queridos. E podemos começar nos vacinando nesta Semana de Vacinação nas Américas”.

A Semana de Vacinação nas Américas acontece de 22 a 29 de abril, com o objetivo de estimular esforços para recuperar as taxas de cobertura vacinal nos países.

Fonte: Portal CNN (www.cnnbrasil.com.br)