De olho em mais de R$ 1 bilhão a ser pago ao Estado, senador Renan se posiciona no caso Braskem

20 de abril de 2023 às 21:05
Política alagoana

Foto: Reprodução

Por Berg Morais 

As lágrimas derramadas durante cinco anos pelos milhares de moradores que perderam seus lares por conta do afundamento do solo provocado pela mineração da Brasken em Maceió só foram notadas pelo senador Renan Calheiros (MDB) esta semana. O silêncio do parlamentar foi quebrado quando uma decisão judicial determinando o pagamento de mais de R$ 1 bilhão aos cofres do governo de Alagoas foi tornada pública.

De repente, Renan Calheiros passou a levantar a voz em busca de uma solução célere para o conflito. No entanto, parte da classe política tem questionado se o senador está interessado em defender as vítimas do caso ou se está de olho na transferência dos valores para os cofres do Governo estadual, que é comandado por seu aliado político, o governador Paulo Dantas (MDB).

Um desses políticos é o deputado federal, delegado Fábio Costa (Progressistas), que usou as redes sociais para levantar a possibilidade de conflito de interesses por parte do senador. Segundo ele, o fato de Calheiros “acordar do sono” de forma repentina causa estranheza e levanta suspeitas.

“Renan defendia que a empresa [Brasken] não deveria ser vendida antes de pagar suas dívidas ao Estado de Alagoas. E foi esse o principal argumento utilizado nesse processo para pedir urgência no bloqueio das contas da Brasken. Ora, pessoal, o que seria mais justo: destinar todo esse montante aos alagoanos que perderam suas casas, suas histórias, e suas memórias daquele lugar que hoje está em ruínas ou deixar esse dinheiro nas mãos de Paulo Dantas?”, questionou o deputado. 

Por fim, Fábio Costa garantiu que irá fiscalizar e acompanhar de perto “cada real gasto desses recursos pelo governo do Estado”. 

Por decisão do juiz José Cavalcanti Manso Neto, da 16ª Vara da Capital, a Justiça de Alagoas bloqueou o valor de R$ 1,08 bilhão das contas bancárias da Braskem a pedido do Governo do Estado, que alegou prejuízos sofridos após o afundamento do solo em cinco bairros da Capital.