Tuberculose pode atingir outros órgãos além do pulmão; Saiba quais

24 de março de 2023 às 12:52
Dia de Combate à Tuberculose

Imagem Ilustrativa. Foto: Reprodução Getty Images

No dia 24 de março é comemorado o Dia Mundial de Combate à Tuberculose. O Hospital Escola Helvio Auto (HEHA), unidade assistencial da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), atende e fornece tratamento a pacientes com tuberculose como doença oportunista ao HIV/AIDS e ainda casos de tuberculose extrapulmonar.

Infectologistas alertam para a necessidade de atenção na conclusão do diagnóstico de tuberculose extrapulmonar, uma vez que os sintomas podem ser facilmente confundidos com os de outras doenças. A tuberculose pulmonar é o tipo mais corriqueiro, mas a enfermidade também pode atingir outros órgãos e sistemas do corpo e seu diagnóstico diferencial pode ser difícil para alguns pacientes. As infecções de tuberculose extrapulmonar mais comuns são da pleura, linfonodos, sistema nervoso central, rins, fígado, pele, ossos e olhos.

Geralmente os pacientes acometidos por tuberculose extrapulmonar são aqueles imunossuprimidos. Uma doença muito associada à tuberculose é a Aids, tanto que aproximadamente 30% dos pacientes com HIV/Aids tiveram, têm ou terão tuberculose em alguma fase do desenvolvimento da infecção.

 “A tuberculose pode atingir qualquer pessoa, mas é mais comum em pacientes imunocomprometidos, quando o paciente tem alguma doença que diminua a imunidade ou está fazendo um tratamento que afete o sistema imunológico, por exemplo: tratamento para doença autoimune, pessoas que passaram por transplantes, pacientes que fazem tratamento com corticóide em doses altas por período prolongado têm mais facilidade de serem acometidos pela tuberculose”, explicou o infectologista do HEHA Fernando Maia.

A prevenção contra a doença é a mesma, independente se pulmonar ou extrapulmonar. Como a porta de entrada do bacilo no organismo é a via respiratória, todas as formas de tuberculose, para se desenvolverem, têm como ponto de origem o pulmão. A melhor forma de prevenir a transmissão da doença é fazer o diagnóstico precoce e iniciar o tratamento adequado o mais rápido possível. O tratamento da doença pulmonar é igual ao da doença extrapulmonar. A única diferença é o tempo de duração. Depois de 15 dias após iniciado o tratamento, a pessoa já não transmite a doença. Na tuberculose pulmonar o tratamento habitual é feito em seis meses; já na tuberculose extrapulmonar, o tempo é estendido até nove meses.

Em casos específicos de tuberculose extrapulmonar do sistema nervoso central e óssea, o tratamento se prolonga até um ano. Em 2021, o Hospital Escola Dr. Helvio Auto tratou 277 casos de tuberculose pulmonar; já em 2022 houve uma discreta diminuição, contabilizando 274 pacientes. Em relação à tuberculose extrapulmonar, o HEHA atendeu 43 casos em 2022; já nos dois primeiros meses deste ano foram registrados 15 casos. Ainda há pacientes que desenvolvem as duas formas da doença concomitantemente. “O diagnóstico diferencial da tuberculose extrapulmonar é muito vasto e pode ser muito difícil de ser feito. É necessário que o paciente seja visto com atenção, uma vez que requer uma boa análise da história clínica para que sejam solicitados os exames corretos”, diz o médico.

Segundo dados da OMS, cada paciente com tuberculose pulmonar que não se trata, pode infectar em média 10 a 15 pessoas por ano. A vacina BCG é obrigatória para menores de um ano, pois protege as crianças contra as formas mais graves da doença. A transmissão é direta, de pessoa a pessoa. O doente expele, ao falar, espirrar ou tossir, pequenas gotículas de saliva que podem ser aspiradas por outro indivíduo.

Fonte: Ascom HEHA