Relatório da ONU alerta que futuro da humanidade depende de medidas climáticas urgentes

22 de março de 2023 às 06:50
Urgência

Foto: Reprodução internet

Um importante relatório da ONU (Organização das Nações Unidas), elaborado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e divulgado na segunda-feira (20), descreve as muitas medidas que podem ser adotadas agora para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e adaptar o planeta às mudanças climáticas causadas pelo homem.

O estudo “Climate Change 2023: Synthesis Report” (Mudança Climática 2023: Relatório de Síntese, em tradução literal), divulgado após uma semana de sessões do IPCC em Interlaken, traz à tona as perdas e danos sofridos agora e que devem continuar no futuro, que estão atingindo pessoas e ecossistemas mais vulneráveis de maneira especialmente dura.

As temperaturas já subiram 1,1º C acima dos níveis pré-industriais, consequência de mais de um século de queima de combustíveis fósseis, bem como uso de energia e terra de forma desigual e insustentável. Isso resultou em eventos climáticos extremos mais frequentes e intensos, que causaram impactos cada vez mais perigosos na natureza e nas pessoas em todas as regiões do mundo.

Espera-se que a insegurança alimentar e hídrica causada pelo clima aumente com aquecimento crescente: quando os riscos se combinam com outros eventos adversos, como pandemias ou conflitos, eles se tornam ainda mais difíceis de administrar. O tempo é curto, mas há um caminho claro a seguir

Se o aumento das temperaturas deve ser mantido em 1,5º C acima dos níveis pré-industriais, serão necessárias reduções profundas, rápidas e sustentadas das emissões de gases de efeito estufa em todos os setores nesta década, afirma o relatório. As emissões precisam cair agora e precisam ser cortadas quase pela metade até 2030, se essa meta tiver alguma chance de ser alcançada.

A solução proposta pelo IPCC é o “desenvolvimento resiliente ao clima”, que envolve a integração de medidas de adaptação às mudanças climáticas com ações para reduzir ou evitar as emissões de gases de efeito estufa de forma a proporcionar benefícios mais amplos.

Os exemplos incluem o acesso à energia limpa, eletrificação com baixo teor de carbono, a promoção de transporte com zero e baixo teor de carbono e melhoria da qualidade do ar: os benefícios econômicos para a saúde das pessoas decorrentes apenas das melhorias na qualidade do ar seriam aproximadamente os mesmos, ou possivelmente até maiores, do que os custos de reduzir ou evitar emissões.

“Os maiores ganhos em bem-estar podem vir da priorização da redução do risco climático para comunidades de baixa renda e marginalizadas, incluindo pessoas que vivem em assentamentos informais”, disse Christopher Trisos, um dos autores do relatório. “A ação climática acelerada só acontecerá se houver um aumento de muitas vezes no financiamento. Financiamento insuficiente e desalinhado está atrasando o progresso”.

Fonte: Site A Referência (www.areferencia.com)