Casal e BRK colocam Maceió em ranking dos piores saneamentos do Brasil

20 de março de 2023 às 11:38
Veja Ranking

Imagem Ilustrativa. Foto: Natália Normande

Divulgado nesta segunda-feira (20), o estudo do Instituto Trata Brasil com a GO Associados mostra a desigualdade sanitária e social entre os municípios Brasileiros. O documento analisa os indicadores de saneamento das 100 maiores cidades do país, que concentram aproximadamente 40% da população brasileira, e faz um ranking com base nos serviços oferecidos e em indicadores de eficiência.

Turismo, impostos, emprego: Universalização do saneamento básico pode gerar R$ 41 bilhões por ano ao Brasil, diz estudo. O documento considera os dados mais recentes do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), referentes ao ano de 2021.

A comparação das melhores e das piores cidades deixa clara a desigualdade. Por exemplo, acesso a água potável: Enquanto 99,7% da população das 20 melhores cidades têm acesso às redes de água potável, nos 20 piores municípios, o número é de 79,6% da população. Já o acesso a coleta de esgoto: 97,7% da população nos 20 melhores municípios têm acesso aos serviços, enquanto somente 29,2% da população nos 20 piores municípios são atendidos.

Tratamento de esgoto: Enquanto o primeiro grupo tem, em média, 80,1% de cobertura de tratamento de esgoto, o grupo dos piores trata apenas 18,2% do esgoto produzido. Além disso, existe perdas na distribuição: Entre as melhores cidades, 29,9% da água produzida é desperdiçada na distribuição por conta de tubulações antigas e "gatos". Já entre as piores, o indicador chega a 51,3%.

Luana Pretto, presidente-executiva do Instituto Trata Brasil, destaca ainda um outro indicador que está por trás de todas estas diferenças de serviços oferecidos para a população: o investimento médio por habitante em obras e serviços de saneamento. As 20 melhores cidades investiram, em média, R$ 166,52 por habitante em serviços de saneamento. Já as 20 piores investiram apenas R$ 55,46 bem abaixo, da média de investimento nacional, que foi de R$ 82 por habitante em 2021.

As 20 melhores cidades, são: São José do Rio Preto (SP); Santos (SP); Uberlândia (MG); Niterói (RJ); Limeira (SP); Piracicaba (SP); São Paulo (SP); São José dos Pinhais (PR); Franca (SP); Cascavel (PR); Ponta Grossa (PR); Sorocaba (SP); Suzano (SP); Maringá (PR); Curitiba (PR); Palmas (TO); Campina Grande (PB); Vitória da Conquista (BA); Londrina (PR) e Brasília (DF).

Já as 20 piores cidades, são: Macapá (AP); Marabá (PA); Porto Velho (RO); Santarém (PA); São Gonçalo (RJ); Belém (PA); Rio Branco (AC); Maceió (AL); Várzea Grande (MT); Ananindeua (PA); Duque de Caxias (RJ); São João de Meriti (RJ); Gravataí (RS); Jaboatão dos Guararapes (PE); São Luís (MA); Belford Roxo (RJ); Pelotas (RS); Manaus (AM); Cariacica (ES) e Caucaia (CE).

Desigualdade regional

A desigualdade demonstrada nos indicadores e no ranking, também é regional, já que municípios das regiões Norte e Nordeste, por exemplo, estão muito mais presentes nos grupos com indicadores baixos.

Dos 20 melhores municípios, 8 são do estado de São Paulo e 6 do Paraná, estados que, historicamente, têm índices elevados de saneamento. Já entre os 20 piores municípios do ranking, 4 são do estado do Pará, 4 estão no Rio de Janeiro e 2 são do Rio Grande do Sul. Do restante, a maioria está no Norte e no Nordeste do país.

Luana Pretto destaca que estas diferenças regionais são históricas e são alimentadas por uma espécie de ciclo vicioso, já que as melhores cidades continuam investindo mais, enquanto que as piores seguem investindo menos mesmo com baixa cobertura de saneamento.

Fonte: G1