Em um ano, Governo de Alagoas contrai R$ 3,2 bilhões em empréstimos e dívidas de longo prazo
Por Francês News
O Governo de Alagoas acumulou R$ 3,2 bilhões em operações de crédito entre setembro de 2024 e outubro de 2025, contraindo dívidas que se estendem por prazos de até 33 anos e que representarão um passivo de longo prazo para as futuras gestões estaduais. As operações foram realizadas com instituições financeiras nacionais e internacionais, levantando questionamentos sobre a sustentabilidade fiscal do estado e sua capacidade de honrar os compromissos sem comprometer serviços essenciais à população.
A mais recente operação, formalizada em outubro de 2025 com o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird), no valor de R$ 1,53 bilhão, recebeu aval do Senado Federal e integra o Programa de Sustentabilidade Fiscal, Econômica e Ambiental. O contrato foi publicado no Diário Oficial do Estado na última quarta-feira (22).
A sequência de operações de crédito iniciou-se em setembro de 2024, quando o governador Paulo Dantas assinou contrato de R$ 790 milhões com o consórcio Itaú Unibanco e Santander para o Programa Visão Alagoas II, destinado a obras de infraestrutura rodoviária, aeroportuária, urbanização e construção de unidades de saúde.
Em fevereiro de 2025, o estado confirmou nova operação de R$ 867,893 milhões com o Banco Bradesco, após disputa envolvendo cinco instituições financeiras. Esses recursos, aprovados pela Assembleia Legislativa através da Lei nº 9.420/2024, reforçam o Programa Visão Alagoas III, com foco em infraestrutura geral, urbanização e saúde.
A situação gera o alerta com as finanças públicas e o volume de endividamento contraído em curto espaço de tempo, embora destinado a investimentos em infraestrutura, pode comprometer o orçamento estadual nas próximas décadas. Os prazos alongados das operações, que chegam a 33 anos em alguns casos, transferem para futuros governos a responsabilidade pelo pagamento desses empréstimos.
A questão central que se coloca é se o estado terá condições de honrar esses compromissos financeiros sem afetar serviços essenciais como saúde, educação e segurança pública. A população aguarda para ver se as obras prometidas de fato se materializarão e se o pesado endividamento contraído trará os benefícios econômicos e sociais justificados para o expressivo volume de recursos captados.