CPMI do INSS anuncia pedido de prisão preventiva de quatro investigados por fraudes contra aposentados

21 de outubro de 2025 às 14:26
Política

Foto: assessoria

Por Redação com assessoria 

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS deve formalizar, nos próximos dias, o pedido de prisão preventiva de quatro investigados apontados como líderes de um esquema de desvio de recursos públicos envolvendo entidades de benefícios vinculadas à Previdência Social. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (20) pelo relator Alfredo Gaspar, durante sessão que se estendeu por mais de 12 horas.

Segundo o deputado, o pedido incluirá Felipe Macedo Gomes, ex-presidente da Amar Brasil, e seus sócios Américo Monte Júnior, Anderson Cordeiro e Igor Delecrode. Os quatro são investigados por operar um sistema de fraudes em série, utilizando quatro associações de aposentados e pensionistas que mantinham acordos de cooperação técnica (ACTs) com o INSS entre 2022 e 2024.

Gaspar apresentou documentos e organogramas que mostram a ligação entre as entidades Amar Brasil, Master Prev, ANDAPP e ASAAP, todas com contratos ativos junto ao INSS até a deflagração da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal. De acordo com o relator, o grupo se revezava na administração das associações para manter o fluxo de recursos e dificultar a fiscalização.

“O que une esses quatro é que Felipe Macedo tinha procuração para comandar todas as associações. Ao lado dele estavam Américo Monte Júnior e Anderson de Vasconcelos, enquanto Igor Delecrode oferecia o suporte tecnológico para o funcionamento da fraude”, afirmou o relator durante a sessão.

As investigações apontam que o grupo movimentou mais de R$ 700 milhões em poucos trimestres, valor que agora é rastreado pela CPMI e pelos órgãos de controle. O relator também destacou que parte do dinheiro foi usada na compra de veículos de luxo, incluindo uma Ferrari e quatro Porsches apreendidos pela Polícia Federal.

“Essas pessoas assinam contratos milionários com familiares de autoridades do INSS e ainda inserem cláusulas anticorrupção, como se isso fosse suficiente para mascarar a imoralidade do que estão fazendo”, disse Gaspar. “Estamos falando do dinheiro de aposentados e pensionistas, que são as verdadeiras vítimas desse esquema.”

O parlamentar afirmou ainda que a CPMI seguirá rastreando os vínculos financeiros e empresariais dos investigados e de outras pessoas que possam ter participado da rede de corrupção. O pedido formal de prisão preventiva será apresentado na próxima sessão da comissão, marcada para esta semana.