EUA cancelam vistos de família de ministro da Saúde e ampliam sanções a ex-gestores do Mais Médicos

15 de agosto de 2025 às 15:03
Política

Foto: José Cruz/Agência Brasil

Por Francês News

O governo dos Estados Unidos cancelou os vistos da esposa e da filha de 10 anos do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, conforme documentos obtidos pela imprensa. As duas, que estão no Brasil, receberam notificação do consulado americano em São Paulo informando que deixaram de ser "elegíveis" para entrada no país. Padilha, cujo visto está vencido desde 2024, não foi afetado pela medida. O cancelamento impede novas entradas nos EUA, permitindo apenas a permanência até o fim do prazo de vigência caso já estejam em território americano.

A ação integra uma série de sanções contra gestores vinculados ao programa Mais Médicos. Na última semana, os EUA já haviam revogado vistos de Mozart Sales, secretário do Ministério da Saúde, e Alberto Kleiman, ex-assessor internacional da pasta. A embaixada americana em Brasília publicou nota classificando o programa como "golpe diplomático que explorou médicos cubanos e enriqueceu o regime de Havana", acusando autoridades brasileiras e da OPAS de acobertamento. Em resposta, Padilha defendeu a iniciativa: "Sobreviverá a ataques injustificáveis [...] é aprovada por quem mais importa: a população".

O episódio ganhou contornos políticos com a atuação do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que desde maio está nos EUA buscando apoio do governo Trump para sanções contra o Brasil. Ele comemorou as revogações como "medida contra regimes autoritários", alinhado à sua campanha por retaliações devido aos processos judiciais contra seu pai. Enquanto isso, na Câmara, quatro pedidos de cassação contra Eduardo avançam no Conselho de Ética, acusando-o de quebrar o decoro parlamentar ao atuar contra interesses nacionais.