'O Agente Secreto', de Kleber Mendonça Filho, pode conquistar a Palma de Ouro neste sábado em Cannes
Por redação
O cinema brasileiro pode fazer história neste sábado (24) no prestigiado Festival de Cannes. O longa “O Agente Secreto”, dirigido por Kleber Mendonça Filho, é um dos favoritos à Palma de Ouro, o prêmio máximo do evento, cuja cerimônia de premiação acontece a partir das 13h40 (horário de Brasília).
Estreando no festival no último domingo, o filme recebeu uma recepção calorosa, com cerca de quinze minutos de aplausos, segundo a jornalista Jada Yuan, do Washington Post. Desde então, a crítica internacional tem exaltado a obra, destacando-a como uma das mais fortes candidatas ao prêmio. O jornal britânico The Guardian foi enfático ao afirmar que se trata de “um filme de caráter” e elogiou a performance “complexa e simpática” de Wagner Moura, chamando o longa de “emocionante e ousado”.
Esta é a terceira vez que Kleber Mendonça Filho disputa a Palma de Ouro, após concorrer com “Aquarius” (2016) e “Bacurau” (2019). Agora, com “O Agente Secreto”, o cineasta pode alcançar um novo patamar de reconhecimento internacional.
Apesar das chances reais de vitória, a disputa é acirrada. “O Agente Secreto” figura entre os cinco favoritos ao lado de “It Was Just an Accident”, do iraniano Jafar Panahi; o alemão “Sound of Falling”; “Nouvelle Vague”, de Richard Linklater; e “Sentimental Value”, do norueguês Joachim Trier.
A repercussão positiva também reacende especulações sobre a temporada de prêmios em Hollywood. Nos últimos anos, a Palma de Ouro tem servido como forte indicativo para o Oscar. Filmes como “Triângulo da Tristeza” (2022), “Anatomia de uma Queda” (2023) e o vencedor do último Oscar de melhor filme, “Anora”, também venceram em Cannes.
Distribuído nos Estados Unidos pela Neon, empresa responsável pelas últimas cinco Palmas de Ouro e pelo Oscar de “Anora”, “O Agente Secreto” pode encontrar um caminho favorável rumo ao circuito de premiações internacionais — embora a distribuidora também represente outros concorrentes ao prêmio deste ano.
Além do The Guardian, veículos como o Hollywood Reporter classificaram o filme como "magistral", destacando o "retorno maravilhoso de Wagner Moura ao cinema brasileiro". Já o site The Playlist deu nota A+ à produção, chamando-a de “obra-prima” e o esforço mais ambicioso da carreira de Mendonça Filho.