Bebê reborn: quando o apego vira sinal de alerta

Por redação

O uso de bebês reborn — bonecos realistas que imitam recém-nascidos — tem ganhado proporções inesperadas nas redes sociais. Vídeos que mostram partos fictícios, passeios com carrinhos e até visitas a hospitais com os bonecos viralizam diariamente, levantando dúvidas sobre os limites entre um hobby inofensivo e um possível problema psicológico. O tema foi pauta de uma entrevista no programa Jornal Nova Brasil, apresentado por Edjane Mello, com a participação da psicóloga Agna Ariane.

"Tem pessoas que estão levando isso muito a sério. O assunto vem sendo muito comentado. É só abrir o Instagram para ver vídeos de parto fictício desses bonecos", observou a jornalista Edjane durante a conversa.

Agna explicou que os bebês reborn surgiram nos anos 1990, mas o fenômeno se popularizou no Brasil a partir de 2020, especialmente no ambiente digital. “Hoje, dentro da internet, onde as coisas tomam uma proporção muito grande, as pessoas estão trazendo os bonecos para sua vida como se fossem uma criança viva”, disse. Segundo ela, em muitos casos, o apego extremo está ligado à tentativa de preencher um vazio emocional, como perdas gestacionais ou lutos mal elaborados.

A psicóloga também alertou que esse comportamento tem ultrapassado os limites do ambiente doméstico e aparecido até mesmo em instituições de saúde. “Tem gente levando esse bebê fictício para emergência no hospital”, comentou Edjane.

Agna pontuou que é preciso atenção aos sinais de alerta: “Quando o indivíduo começa a fugir da sua rotina, evita desenvolver outros vínculos sociais e se isola para cuidar exclusivamente do boneco, é hora de buscar ajuda profissional”.