Trabalhadores de Maceió comentam impactos da possível mudança na escala 6x1
Redação
A possibilidade de mudanças na tradicional escala de trabalho 6x1 — seis dias de trabalho para um de folga — tem gerado debate entre trabalhadores maceioenses de diferentes setores. Enquanto alguns veem na proposta uma chance de melhor qualidade de vida, outros temem prejuízos salariais e aumento da sobrecarga.
José Carlos dos Santos, 42, é vigilante e trabalha há mais de 15 anos sob a jornada 6x1. Para ele, a rotina é exaustiva, mas necessária. "Se mexerem na escala e isso significar menos dias de trabalho, eu tenho medo de que o salário caia junto. A conta no fim do mês não perdoa", afirma.
Já a balconista Ana Cláudia Ferreira, 29, vê a proposta com bons olhos. Ela trabalha em um supermercado no bairro do Farol e afirma que a rotina atual mal permite tempo com os filhos. “Se eu tivesse dois dias de folga, mesmo que reduzissem um pouco do salário, acho que compensaria. A saúde mental da gente está ficando de lado.”
Para o motoboy Lucas Mendonça, 24, que atua por aplicativo, a rigidez da escala 6x1 nem sempre é cumprida na prática. “Na teoria, a gente tem um dia de descanso. Mas, na prática, se faltar alguém, a folga vai embora. Eu apoio uma mudança que seja mais justa e fiscalizada.”
A discussão sobre uma possível alteração na jornada tem ganhado força após projetos de lei e debates em sindicatos e no Congresso. Especialistas em relações trabalhistas alertam que qualquer modificação deve considerar tanto o direito ao descanso quanto a viabilidade econômica das empresas.
Enquanto o cenário segue em debate, trabalhadores como José, Ana e Lucas aguardam por definições que possam equilibrar melhor produtividade, saúde e qualidade de vida.