Calderano vê China mais desafiada após perder domínio na Copa do Mundo e renúncia de chefão
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Hugo Calderano quebrou o domínio da China no topo do pódio da Copa do Mundo de tênis de mesa. O título do brasileiro no último domingo, inédito para um atleta de fora da Ásia ou da Europa, repercutiu tanto na maior potência da modalidade que provocou uma mudança no comando da seleção chinesa. Três dias depois da conquista de Hugo em Macau, Liu Guoliang renunciou à presidência da Associação Chinesa de Tênis de Mesa. O brasileiro de 28 anos vê uma mudança de cenário em seu esporte.
- Poucas vezes acontece de os chineses perderem uma competição grande como uma Copa do Mundo. Não sei exatamente se (a renúncia) foi por causa do meu resultado. É algo que aconteceu bem interessante. O Liu Guoliang é o principal cara da direção da delegação chinesa há muitos anos. Foi um grande jogador. Se não me engano foi o primeiro a conseguir o Grand Slam, que é quando ganha a Copa do Mundo, o Mundial e as Olimpíadas. Depois ficou muitos anos como técnico principal da seleção chinesa. Então realmente é uma notícia muito grande ver que ele tá saindo. É muito bom ver as coisas mudando no cenário do tênis de mesa com meu título. Espero que isso abra as portas para outros atletas fora da China - disse Calderano, em entrevista coletiva nesta quinta-feira.
Há 23 anos a China não via um estrangeiro se sagrar campeão em um torneio em território chinês. Campeão em Macau, Calderano foi o único atleta de fora da China no pódio da Copa do Mundo, vencendo na decisão Lin Shidong (número 1 do mundo) e Wang Chuqin na semi (vice-líder do ranking) - Hugo subiu da quinta para a terceira posição do ranking com o título inédito. O top 10 do mundo atualmente conta sete atletas de fora da China, incluindo o sueco Truls Moregardh e o francês Felix Lebrun, que estiveram no pódio das Olimpíadas de Paris.
- Se comparar com alguns anos atrás o nível do resto do mundo tá muito mais alto. Acho que agora mais atletas fazem frente aos chineses. Eles ainda são os melhores, e vão continuar sendo os melhores. Mas é muito bom ver os chineses sendo derrotados ou pelo menos desafiados. A concorrência aumentou muito. Agora tem 10, 15 atletas. É bom para o tênis de mesa.