Em jogo suspeito, 98% do volume de apostas para cartões em bet eram para punição a Bruno Henrique

17 de abril de 2025 às 06:32
Esportes

g1

Um movimento de apostas fora do normal e direcionadas a cartões para o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, chamou a atenção do mercado de apostas em 1º de novembro de 2023. Na noite daquele dia, o clube do Rio enfrentaria o Santos pelo Campeonato Brasileiro de Futebol.

Três empresas de apostas, as chamadas bets, alertaram a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) sobre o jogo. Chamou a atenção das empresas o fato de que, em uma delas, 98% do volume de apostas para o mercado de cartões estaria direcionado ao recebimento de cartão por Bruno Henrique.

Em outra empresa, o percentual era de 95% de concentração das apostas no mesmo quesito: o cartão amarelo por BH. A terceira empresa não especificou o percentual de apostas recebidas sobre o atleta. Só identificou como um "direcionamento significativo das apostas".

Polícia Federal considera que, de acordo com o histórico dos campeonatos brasileiros de 2023 e de 2024, o número de apostas referentes à probabilidade de recebimento de cartões por Bruno Henrique era de 15%.

O Flamengo divulgou uma nota sobre o tema:

"O Flamengo não foi comunicado oficialmente por qualquer autoridade pública acerca dos fatos que vêm sendo noticiados pela imprensa sobre o atleta Bruno Henrique. O Clube tem compromisso com o cumprimento das regras de fair play desportivo, mas defende, por igual, a aplicação do princípio constitucional da presunção de inocência e o devido processo legal, com ênfase no contraditório e na ampla defesa, valores que sustentam o estado democrático de direito".

O documento das empresas que alerta sobre o número de apostas é de 1º de agosto de 2024. Oito dias depois, a Polícia Federal começa a investigar o caso.

Além do número considerado excessivo em apostas de que Bruno Henrique receberia um cartão amarelo no jogo contra o Santos outros pontos chamaram a atenção dos investigadores:

  • As apostas foram feitas em contas abertas na véspera ou no dia do jogo contra o Santos;
  • Os clientes que já tinham contas nas bets fizeram apostas diferente do que costumavam fazer. Por exemplo, com valores acima ou em parâmetros distintos;
  • A concentração de apostadores no cartão de Bruno Henrique eram de Belo Horizonte, cidade natal do atacante do Flamengo

Grupos de apostadores

Com as investigações, a PF descobriu que os apostadores (nove no total) integravam dois grupos: os de familiares de Bruno Henrique e os de pessoas estranhas ao jogador.

Na família, três pessoas apostaram no cartão do jogador: seu irmão, Wander Nunes Pinto Júnior, a sua cunhada e uma prima.

No outro grupo, são seis apostadores que não conhecem o atacante do Flamengo. A ligação entre os grupos é Wander, irmão do jogador. Ele conhece Claudinei Vítor Mosquete Bassan, que tem relação com os outros cinco apostadores.

Eles chegam a trocar mensagens reclamando na demora em Bruno Henrique receber o cartão amarelo. O juiz Rafael Klein, que apitou aquele jogo, só aplicou o cartão a Bruno Henrique nos acréscimos do segundo tempo, após os 90 minutos de jogo.

Com o indiciamento, o relatório da Polícia Federal será encaminhado ao Ministério Público para que se apresente ou não denúncia contra o jogador e os outros nove envolvidos no caso.

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