Assessores de Dino no STF são denunciados à PGR por suspeita de ‘arapongagem’

31 de março de 2025 às 14:02
DENÚNCIA

Foto: reprodução

Por redação com O Antagonista

O procurador-geral do Estado do Maranhão (PGE), Valdenio Nogueira Caminha, acionou o procurador-geral da República, Paulo Gonet, para investigar a conduta de dois assessores do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino (foto), que, segundo o órgão, teriam acessado sistemas internos da procuradoria maranhense para embasar uma ação no STF impetrada pelo partido Solidariedade, do deputado estadual Othelino Neto, no próprio Supremo.

O acesso, conforme a denúncia, ocorreu dentro do próprio Supremo.

A ação do Solidariedade no STF pede o afastamento cautelar de Caminha, após a PGE ter recomendado a instauração de inquérito para apurar acusações sobre uma eventual participação de Othelino Neto em um esquema de comércio ilegal de madeira entre os anos de 2006 e 2008.

Com Alexandre de Moraes

A ação foi impetrada em fevereiro deste ano e está no gabinete de Alexandre de Moraes. Othelino é marido da senadora Ana Paula Lobato (PDT-MA), que era suplente de Dino e assumiu o cargo assim que o ministro tomou posse.

Além de pedir investigação na PGR, o órgão também acionou o ministro do STF Alexandre de Moraes para que sejam adotadas providências, já que ele é o relator dessa ação que supostamente foi embasada com documentos internos da procuradoria maranhense.

Segundo a denúncia feita pela Procuradoria-Geral do Estado, os procuradores Túlio Simões e Lucas Pereira acessaram o Sistema Eletrônico de Informações (SEI) e obtiveram documentos dias antes de o Solidariedade, partido de Othelino, ingressar uma ação no STF que visava afastar o procurador-geral do Estado.

Rompidos

Esse é mais um capítulo da disputa entre o grupo de Dino e o grupo do governador do Estado, Carlos Brandão. Brandão e Dino romperam no ano passado.

Segundo a denúncia, as buscas no sistema ocorreram a partir de computadores do próprio STF e os dados teriam sido repassados ao escritório de advocacia vinculado ao partido autor da ação.

Ao analisar os registros do sistema SEI-PGE, a ATI [Assessoria de Tecnologia da Informação] atestou que no dia 20 de fevereiro de 2025, um dia antes do protocolo do pedido de afastamento do PROCURADOR GERAL DO ESTADO DO MARANHÃO, os servidores do STF, TÚLIO SIMÕES FEITOSA DE OLIVEIRA e LUCAS SOUZA PEREIRA, realizaram acessos a diversos processos da Procuradoria-Geral do Estado do Maranhão”, narra a notícia-crime da PGE.