Preço das carnes cai no IPCA-15; veja os cortes que ficaram mais baratos

28 de março de 2025 às 07:04
Economia

Preço da carne cai pela 1ª vez desde agosto. — Foto: Unsplash

g1

O preço da carne caiu 0,77% nos supermercados em março, segundo a prévia da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15).

Essa é a primeira queda do produto no índice desde agosto de 2024.

O levantamento foi divulgado nesta quinta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O IPCA-15 mede a variação de preços entre o dia 16 do mês anterior e o dia 15 do mês da divulgação.

Os dados incluem carnes bovinas, de porco e outras.

Entre os cortes que tiveram redução no preço, os destaques foram o peito (3,63%) e o filé mignon (3,10%). Em contrapartida, outros ficaram mais caros, como a picanha, que subiu 1,34%.

1ª queda desde agosto

O preço das carnes iniciou a trajetória de alta em agosto do ano passado, atingindo o pico em dezembro e desacelerando a partir de janeiro.

O aumento da carne foi um dos principais fatores para o recente aumento da inflação dos alimentos no país. Nos 12 meses de 2024, os preços subiram 20,8%, segundo o IBGE, marcando o maior aumento anual desde 2019.

O que motivou a queda

 

A carne ficou mais barata principalmente por dois fatores, segundo André Braz, economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV - Ibre):

​➡️​Clima favorável

O especialista explica que a pecuária depende muito das chuvas, porque elas afetam o pasto. Quando chove, tem mais pasto e, consequentemente, os produtores precisam gastar menos com ração para complementar a alimentação dos animais, diminuindo os custos.

"Foi o que aconteceu em algumas regiões produtoras do Brasil nesse período", destaca Braz.

​➡️Valorização do real

A força do real é um importante fator na composição do preço da carne. Isso porque a ração dos bois tem soja e milho, commodities negociadas em dólar no mercado internacional.

"Por isso, com a recente valorização do real frente à moeda dos EUA, esses insumos ficaram menos caros, diminuindo o custo da produção", explica o economista.

Além disso, Braz destaca que com a valorização do real, a carne brasileira fica mais cara para o exterior, desestimulando a exportação e aumentando a oferta nacional.