PRF que atirou em carro de jovem no Rio foi reprovado em prova de tiro
Metropoles
Um dos agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) envolvidos na abordagem policial que resultou em tiro na cabeça de uma jovem no Rio de Janeiro, às vésperas do Natal de 2024, já foi reprovado em prova prática de tiro ao participar de curso para instrutor da corporação.
Documentos obtidos pela coluna mostram que Fábio Pereira Pontes passou no processo seletivo interno na PRF para fazer o Curso de Formação de Instrutores (CFI) em 2023 pela Universidade Corporativa da PRF (UniPRF). Porém, ele foi considerado inapto após não alcançar nota suficiente na etapa técnica da disciplina de Armamento, Munição e Tiro (AMT).
O curso visa capacitar agentes da corporação para que eles possam treinar os colegas PRFs calouros, ou seja, servidores recém-nomeados para os cargos.
A disciplina em que Fábio foi reprovado envolve o estudo teórico e prático sobre armas de fogo, incluindo funcionamento, manuseio seguro, legislação, balística e técnicas de tiro. O PRF foi considero “apto” na etapa pedagógica, mas “inapto” na etapa técnica.
Fábio Pontes é um dos três agentes da PRF que se envolveram na abordagem policial desastrosa que resultou no tiro na cabeça de Juliana Leite Rangel, 26 anos. A vítima ainda se recupera da perfuração no crânio.
A PRF decidiu afastar por 30 dias Fábio Pontes e os outros dois agentes: Camila de Cassia Silva Bueno e Leandro Ramos da Silva. Em depoimento, os três admitiram ter disparado contra o veículo da família de Juliana.
Outro PRF também reprovado
Assim como Fábio, Leandro Ramos também tentou ser instrutor da PRF, mas ele foi eliminado do processo seletivo do CIF de 2023 após ser reprovado na disciplina de “Aspectos Legais dos Procedimentos Policial”.
Na prática, essa parte da formação dos PRFs envolve um conjunto de normas e princípios que regulam a atuação das forças de segurança pública. Essas normas garantem que a atuação da polícia seja legal, proporcional e respeitosa aos direitos fundamentais dos cidadãos.
O que diz a PRF
Procurada, a PRF informou que todos os policiais passam anualmente no Curso de Atualização Profissional, cujo calendário contempla as disciplinas necessárias para atuação na atividade-fim, além do Curso de Formação Profissional (CFP).
“A capacitação e atualização anual dos policiais rodoviários federais são essenciais para garantir que estejam sempre preparados para desenvolver as atribuições institucionais. As atividades promovem a melhoria contínua das competências técnicas, táticas e comportamentais”.
Ainda na nota, a corporação disse que as “reprovações” são referentes ao Curso de Formação de Instrutores, em que “naturalmente nem todos os candidatos possuem as aptidões e preenchem os requisitos necessários para exercer a função de instrutor do órgão, não havendo nenhuma relação direta com o cotidiano e o trabalho ordinário de policial rodoviário federal”.
Fábio Pontes, Leandro Ramos e Camila Bueno exercem, atualmente, funções administrativas na Superintendência do Rio de Janeiro. Eles seguem afastados das ruas e de atividades operacionais por tempo indeterminado.
O que diz os PRFs Fábio e Leandro
A coluna fez contato com Fábio e Leandro, mas não houve retorno. O espaço segue aberto.
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