Meta vai acabar com checagem de fatos nos EUA e copiar modelo usado pelo X
UOL
A Meta (empresa controladora do Facebook e Instagram) vai acabar com o sistema de checagem de fatos feita por terceiros e substituir por um sistema de notas da comunidade, como já acontece no X.
O que aconteceu
A medida primeiro vai ocorrer nos Estados Unidos, e posteriormente pode ser adotada em outros países. Mark Zuckerberg anunciou a mudança nesta terça-feira (7) em vídeo postado nas redes sociais.
Na prática, a rede vai remover agências de checagem profissionais para ter um sistema de notas da comunidade. Nesse esquema, os próprios usuários das redes podem explicar algo, incluindo links e imagens, e essa explicação é votada pelas outras pessoas. Atualmente, o X conta com um sistema de checagem de informação dessa forma.
Zuckerberg tem feito vários acenos a Trump. O executivo se encontrou com o presidente eleito dos EUA em novembro de 2024. Antes do jantar, o criador do Facebook afirmou, segundo a FOX News, que "deseja apoiar a renovação nacional da América sob a liderança do presidente Trump".
O novo presidente dos EUA sempre se posicionou contrário à checagem de fatos nas redes sociais. Trump chegou a ser expulso do Twitter (hoje X) por conta de divulgação de notícias falsas.
Depois da eleição da primeira eleição de Trump, em 2016, a mídia tradicional escreveu sem parar sobre como fake news eram uma ameaça para a democracia. Tentamos de boa-fé a endereçar essas preocupações, sem nos tornamos árbitros da verdade. Mas os checadores de fatos são muito enviesados politicamente e destruíram mais a confiança [das pessoas] do que a criaram, especialmente nos EUA
Mark Zuckerberg, em comunicado
Checagem de fatos ocorre em propriedades da Meta desde 2016. Os verificadores identificam boatos e caso algo seja falso, o alcance é reduzido e havia uma notificação na publicação. Temas como covid-19, eleições e desastres naturais costumavam receber algum tipo de sinalização.
Mudança tem como objetivo "reduzir erros", segundo Zuckerberg. O executivo diz que a Meta quer simplificar políticas de conteúdo e "restaurar a liberdade de expressão nas plataformas". Zuckerberg cita que a rede conta com sistemas complexos de moderação e que eventualmente errava, censurando milhões de pessoas.
Criamos vários sistemas complexos de moderação, mas o problema é que eles cometem erros. Mesmo se eles acidentalmente censurem apenas 1% das publicações, isso significa milhões de pessoas, e chegamos a um ponto onde há muitos erros e muita censura
Mark Zuckerberg
Vamos trabalhar com o presidente Trump para resistir a governos ao redor do mundo, que vão contra empresas dos Estados Unidos, e que queiram censurar mais. (...). A Europa tem um crescente número de leis que institucionalizam a censura, tornando difícil criar qualquer coisa inovadora por lá. Países da América Latina têm cortes secretas, que exigem que companhias removam conteúdos na surdina. A China censura nossos apps de funcionarem lá. A única forma de resistir a essa tendência global é com o apoio do Governo do EUA
Mark Zuckerberg