Jovem baleada por agentes da PRF começa a responder a estímulos: 'Minha filha é um milagre', diz sua mãe

03 de janeiro de 2025 às 06:39
Brasil

A agente de saúde Juliana Rangel, baleada na cabeça em abordagem da PRF em rodovia do Rio — Foto: Reprodução redes sociais

O Globo

— Minha filha, graças a Deus, está abrindo os olhos. Eu já disse "eu te amo" tantas vezes, e ela me respondeu com os lábios que me ama. Minha filha é um milagre. Todos os médicos dizem que ela é um milagre. O tiro arrancou um pedaço da orelha dela, mas os médicos disseram que, quando ela estiver melhor, vão fazer uma cirurgia plástica para recolocar o pedaço — contou Dayse Rangel, mãe de Juliana, que visita a filha diariamente na unidade hospitalar.

De acordo com o diretor-médico do Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, Moises Almeida, a jovem segue em ventilação mecânica de suporte, condição em que a própria paciente realiza o estímulo inicial e o aparelho auxilia.

— A paciente está tolerando ficar sem nenhuma sedação. Ela tem aberto os olhos e está começando a interagir, com a pressão arterial estável. Realizamos uma tomografia do crânio e não houve novos achados. Está tudo dentro do esperado — disse o médico.

Juliana permanece internada em estado grave na unidade, localizada em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Ela foi atingida por um tiro na cabeça durante uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na véspera de Natal. Após passar por uma traqueostomia, a jovem apresenta sinais de melhora progressiva, embora o quadro ainda inspire cuidados.

Família ia comemorar o Natal

Na noite do dia 24 de dezembro, a agente de saúde estava no banco de trás do carro da família, ao lado do irmão mais novo, de 17 anos, e da namorada dele. Na frente, estavam a mãe da agente de saúde, Dayse Rangel — no carona, com o cachorro de estimação no colo —, e o pai da jovem, Alexandre da Silva Rangel, que conduzia o veículo. Ele chegou a ser ferido por um disparo na mão esquerda, mas não precisou ficar internado. Todos seguiam para Niterói, na Região Metropolitana do Rio, onde passariam o Natal com parentes.

A agente de saúde Juliana Rangel, baleada na cabeça em abordagem da PRF em rodovia do Rio — Foto: Reprodução redes sociais
A agente de saúde Juliana Rangel, baleada na cabeça em abordagem da PRF em rodovia do Rio — Foto: Reprodução redes sociais

— Eu estava a 90 (km/h). Aí olhei pelo retrovisor e vi aquele giroscópio. Pensei que era uma ambulância, liguei a seta. Dei passagem. Mas só quando ele chegou perto, jogou (a viatura) atrás de mim. Falei: "Ih, não passou, não". Aí liguei a seta e voltei. Quando eu voltei, mandaram bala, sem parar — detalhou Alexandre ao "Fantástico", lembrando que os estilhaços dos vidros começaram a cair sobre os ocupantes do carro.