Trabalhadores da Saúde em Alagoas denunciam situação crítica no Hospital Portugal Ramalho
Redação
Sindicatos da área da saúde em Alagoas lançaram um forte alerta sobre a situação precária do Hospital Escola Portugal Ramalho (HEPR), que vem sofrendo com os impactos do afundamento do solo provocado pela mineração da Braskem. Em carta aberta à sociedade, as instituições cobram medidas urgentes dos poderes constituídos e órgãos de controle para a realocação do hospital, que se encontra inoperante devido aos danos na infraestrutura e ao adoecimento dos profissionais.
A realocação do HEPR é a principal reivindicação das categorias, que exigem a homologação imediata do acordo firmado com o governo do estado e a definição de um cronograma detalhado para a construção de uma nova unidade hospitalar, seguindo as orientações técnicas aprovadas pela Comissão Intergestora Bipartite do Estado de Alagoas.
A situação no hospital se agravou significativamente desde 2021, com a suspensão das atividades de diversos setores devido às condições precárias da estrutura. A interrupção dos serviços em blocos administrativos, Ouvidoria e Residências Acadêmicas acarretou prejuízos consideráveis e impactou negativamente na saúde mental dos servidores, familiares e pacientes.
Um estudo realizado pelo Núcleo de Atenção à Saúde e Segurança do Trabalhador (NAISST) da UNCISAL, instituição à qual o hospital está vinculado, confirmou a alta incidência de afastamentos por transtornos mentais e comportamentais entre os profissionais do HEPR. Até julho de 2024, foram registrados mais de 845 dias de afastamento por esses motivos, comprometendo a qualidade do atendimento e a saúde dos trabalhadores.
O isolamento e o deserto das áreas no entorno do hospital, decorrentes do afundamento do solo, expõem os servidores e familiares a riscos à integridade física e mental. Atestados médicos de diversos profissionais demonstram a relação entre as condições precárias do ambiente de trabalho e o desenvolvimento de quadros de ansiedade, crises de choro e medo constante.
As instituições sindicais denunciam que a situação é insustentável e exigem uma solução imediata para garantir a segurança dos trabalhadores e a continuidade dos serviços de saúde à população.