Presidente do PT em Alagoas é acusado de desviar recursos do partido desde 2020
Por Berg Morais
Uma investigação jornalística do portal AL102 revelou um grave caso de improbidade administrativa envolvendo Ricardo Barbosa, presidente do Partido dos Trabalhadores (PT)em Alagoas. Segundo documentos obtidos com exclusividade, desde 2020, Barbosa teria desviado recursos do partido para empresas de sua própria família, pagando por serviços que, em muitos casos, não foram comprovadamente realizados.
Mais de 100 notas fiscais analisadas pela reportagem indicam que o presidente petista e seus familiares teriam recebido pagamentos por serviços jurídicos, consultoria e outros trabalhos, sempre com valores consideráveis. Na maioria dos casos, os serviços eram mensais com uma quantia fixa, sugerindo uma espécie de “mesada”.
As notas mais expressivas são de R$ 6.500,00, referente a serviços jurídicos prestados à empresa Barbosa e Barbosa Consultoria LTDA, de propriedade do próprio Ricardo Barbosa que tem como endereço uma sala em um empresarial na Avenida Comendador Gustavo Paiva e CNPJ 14,692,868/0001-04. Ao todo, foram 32 notas que o portal teve acesso dos anos de 2020, 2021 e 2023.
Outro escritório ligado a Barbosa é de Guilherme Barbosa Advocacia, localizado no bairro da Jatiúca, e tem como endereço um apartamento, e CNPJ 47.288.010/0001-38, com valor de R$ 5 mil relacionados a serviços de advocacia. Algumas notas tem valores mensais, como se fosse um salário fixo para o filho do presidente.
Já a ADM Paiva ME é outra empresa ligada ao presidente do PT de Alagoas, com endereço no Centro de Maceió, com CNPJ 14.709.959/0001-95, que tem 19 notas com valores de R$ 2.950,00 com serviços relacionados a compra de bandeiras e mastros.
Já na cidade de Maragogi, localizada no Centro da cidade, com CNPJ, 26.573.732/0001-64 foram emitidas 11 notas da empresa Meneses e Melo LTDA com serviços gráficos, e a mesma empresa fez até montagem de estruturas, com ferro e material de serralharia, como no mês de agosto de 2021, com valor de R$2.450,00 e outras nota de R$1.500,00.
O advogado Welton Roberto, filiado histórico do PT, durante entrevista ao Farol Notícias, desta segunda-feira (28), disse que nunca soube de montagens de estruturas na região, e nem o volume de tanto material impresso.
A prática de emitir notas fiscais para si mesmo e para empresas da família, muitas vezes com valores superfaturados e sem a devida prestação de contas, configura um claro caso de improbidade administrativa. A reportagem tentou contato com Ricardo Barbosa, mas até o fechamento da matéria não obteve respostas.