Concessão da água avança em Santana do Mundaú enquanto gestão se mantém em silêncio

Carlos Maravilhense

A cidade de Santana do Mundaú está no centro de uma crescente polêmica envolvendo o abastecimento de água, o consórcio regional de saneamento e alegações de desinformação. A situação tem gerado preocupação entre os moradores e atraído a atenção de autoridades e candidatos locais.

Atualmente, a cidade está possivelmente inserida no Bloco D do Consórcio Regional de Saneamento do Estado de Alagoas (CORSEAL), com o projeto formalizado junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Segundo informações no site da CORSEAL, os demais municípios associados também entrarão no Bloco D, e o mapeamento da região está sendo realizado pela suposta empresa interessada, a Verde Ambiental Alagoas. Informações e imagens recentes mostram que representantes da Verde Ambiental Alagoas estão realizando mapeamento do solo em Santana do Mundaú semanalmente, evidenciando o interesse da empresa na região.

Acesse a Lei 504 de 23 de março de 2022: clique aqui

O abastecimento de água em Santana do Mundaú é gratuito desde 2003, uma decisão tomada durante a gestão de José Lino, pai do atual candidato a prefeito, Edno Lino. Essa medida foi implementada para garantir acesso universal e gratuito à água para a população local. No entanto, a gestão atual da cidade, liderada pelo prefeito Arthur da Purificação Freitas Lopes, tem enfrentado críticas e acusações de desinformação sobre o futuro do abastecimento de água.

Em março de 2022, o prefeito assinou um documento ratificando o Protocolo de Intenções para a constituição do CORSEAL, conforme estipulado pela Lei 504 de 23 de março de 2022. O consórcio visa a concessão dos serviços de abastecimento e saneamento a uma empresa, que, supostamente, seria a Verde Ambiental Alagoas, embora essa informação ainda não esteja confirmada, já que o processo de seleção da empresa ainda não foi concluído por meio de concorrência. A introdução de contadores de água na cidade está prevista para ocorrer após as eleições, o que tem gerado preocupações entre os moradores.

A gestão municipal tem enfrentado acusações de que está tentando minimizar ou negar a realidade do projeto. Além disso, há registros de processos judiciais contra aqueles que divulgam informações sobre a possível cobrança futura de água e saneamento, com alegações de que tais informações são falsas.

Em um vídeo recente, o deputado estadual Francisco Tenório manifestou sua preocupação ao lado do candidato a prefeito Edno Lino. Ele destacou que "pessoal que ganha um salário mínimo vai começar a receber contas de água de R$ 250, R$ 300 reais por mês. Como é que se paga isso, gente? E além disso, o saneamento vai acrescentar mais R$ 100, R$ 200 reais na conta." Essa declaração reflete o receio da população quanto ao impacto financeiro que as mudanças poderão ter nas suas vidas.

Enquanto isso, imagens de veículos da Verde Ambiental Alagoas circulando por Santana do Mundaú corroboram as alegações de que a empresa está se preparando para assumir os serviços.