Deputada petista Macaé Evaristo será nova ministra dos Direitos Humanos

09 de setembro de 2024 às 16:54
Brasil

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UOL

A deputada estadual Macaé Evaristo (PT-MG) será a nova ministra dos Direitos Humanos, no lugar de Silvio Almeida.

O que aconteceu

O anúncio foi oficializado pelas redes sociais de presidente Lula (PT) nesta tarde. Evaristo aceitou o convite de Lula em visita ao Palácio da Alvorada nesta segunda (9). "Assinarei em breve sua nomeação. Seja bem-vinda e um ótimo trabalho", escreveu o presidente na postagem. A nomeação será publicada ainda hoje em edição extra do Diário Oficial da União.

Professora, Evaristo tem histórico na educação e no ativismo negro. Ela foi secretária municipal de Educação de Belo Horizonte, na gestão Márcio Lacerda (PSB), e estadual da Educação de Minas Gerais, na gestão Fernando Pimentel (PT). Durante o governo Dilma Rousseff (PT), foi secretária de Alfabetização, Diversidade e Inclusão. Ela está no primeiro mandato como deputada estadual.

O governo queria uma mulher negra para assumir vaga. Silvio Almeida foi demitido na última sexta (6) após denúncias de assédio sexual. Segundo pessoas ligadas ao ministério, o governo não queria se arriscar após a crise da última semana e procurou resolver a questão logo, com um nome de consenso entre movimentos de direitos humanos e o partido.

A presidente petista, Gleisi Hoffmann, participou da reunião no Alvorada. Apesar do orçamento pequeno, a pasta era desejada pela base do PT, que gostou inicialmente da escolha de Almeida, um intelectual respeitado, mas agora quer retomar o comando do ministério.

A ministra Esther Dweck, de Gestão e inovação, assumiu a pasta interinamente. A então secretária-executiva de Almeida, Rita Cristina de Oliveira, pediu demissão também na sexta, após a exoneração do ministro. Cilair Rodrigues de Abreu assumiu como secretário-executivo interino, ele também é o número 2 de Esther no MGI.

Ex-ministro foi acusado de assédio sexual

A ONG Me Too Brasil tornou pública as acusações contra Almeida, feitas de forma anônima, após reportagem do site Metrópoles. A reportagem citava a ministra Anielle Franco, da Igualdade Racial, como uma das vítimas.

Anielle confirmou denúncias de ONG. O UOL apurou com fontes próximas ao presidente Lula que a ministra confirmou a colegas da Esplanada que havia sido vítima de importunação sexual e assédio por parte de Almeida. Participaram dessa reunião o CGU (controlador-geral da União), Vinicius Carvalho, o AGU (advogado-geral da União), Jorge Messias, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, e Esther Dweck. O grupo se reuniu depois com Lula. Silvio Almeida também foi ouvido pelos colegas.

Almeida nega as acusações. Em nota divulgada após a demissão, o ex-ministro disse que pediu para ser demitido pelo presidente e que vai provar ser inocente.