Cid disse à PF que empresário bancou viagem de Bolsonaro aos EUA

18 de julho de 2024 às 09:30
Brasil

Reprodução de trecho de relatório da PF que mostra jantar de Jair Bolsonaro com Mauro Cid e Mauro Lourena Cid em Nova York… - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/colunas/aguirre-talento/2024/07/1

UOL

O coronel Marcelo Câmara confirmou a entrega e disse que ficaria com parte do dinheiro "para controle" e que cumpria demandas da primeira-dama Michelle. "Sim entregou. E eu passei para o cordeiro [Sérgio Cordeiro, também integrante da equipe de segurança]. Aí ele vai falar com o PR. Avisei para deixar uma parte comigo para controle. A PD me manda msg pedindo as coisas eu faço", escreveu Câmara a Cid.

"Diante dessas conversas entre Mauro Cid, Daniel Luccas e Marcelo Câmara, ficou evidente que Samuel entregaria uma encomenda (dinheiro) para o ex-presidente Jair Bolsonaro, ainda no ano 2022, enquanto ainda exercia o cargo de Presidente da República do Brasil", diz o relatório pericial da Polícia Federal.

O presidente do Sindicato Rural de Ribeirão Preto, Paulo Junqueira, inicialmente confirmou que seu genro fez pagamentos para a equipe de Bolsonaro, mas depois disse que não ordenou pagamentos nem a entrega de dinheiro para o ex-presidente. "Da minha parte, não foi pedido pra entregar, e nem acredito que o Samuel tenha entregue absolutamente nada para o presidente Bolsonaro. Eu cedi o imóvel pra ele ficar, ele não foi pro meu imóvel no início da temporada que ele teve lá, ele ficou num outro imóvel", afirmou, em conversa com o UOL por telefone na semana passada.

"Agora eu vou receber os meus amigos na minha casa, a casa tem que estar em ordem. Pode ser que o Samuel tenha entregue alguma coisa, não para o presidente Bolsonaro. Pra que alguma coisa tenha sido arrumada, alguma coisa nesse sentido, entendeu. Te garanto também que foi alguma coisa irrisória", disse.

A PF também suspeita que parte das despesas de Bolsonaro no país foram custeadas com valores provenientes da venda das joias.