Crime em Junqueiro gera clima desconfortável na Assembleia Legislativa de Alagoas

20 de junho de 2024 às 16:24
CLIMA DE MEDO

O blogueiro Adriano Farias foi assassinado nesta terça (18) Foto: reprodução

Por redação

O assassinato do empresário Adriano Farias, em Junqueiro, no dia 18 de junho, segue repercutindo na Assembleia Legislativa de Alagoas. Na última terça-feira (25), os deputados Fernando Pereira (Progressistas) e André Silva (Republicanos) protagonizaram um acalorado debate em plenário, trocando acusações e críticas relacionadas ao crime e ao clima político na cidade do interior alagoano.

Pereira, que se posiciona como opositor ao prefeito de Junqueiro, Leandro Silva (PTB), cobrou do Governo do Estado uma apuração rigorosa do crime e levantou a suspeita de que o assassinato de Farias possa ter tido motivação política. O parlamentar citou as constantes críticas que a vítima fazia à gestão municipal em suas redes sociais e alegou que familiares de Farias relataram ameaças prévias.

Diante do "clima de medo" que, segundo ele, se instalou na cidade, Pereira solicitou ao Estado proteção especial para si mesmo, alegando histórico de violência e truculência ligados ao grupo político do prefeito. O deputado afirmou que continuará acompanhando o caso de perto e cobrando justiça para Farias.

André Silva, por sua vez, se posicionou em defesa do prefeito e da gestão municipal, negando qualquer perseguição a críticos. O deputado, que é irmão do prefeito, afirmou que a investigação do telefone da vítima ajudará a esclarecer o crime e que as críticas à gestão são legítimas e contribuem para o aprimoramento da administração pública.

O tom do debate se acalorou no momento em que Pereira mencionou a mãe do prefeito e do deputado, o que gerou reações de ambos os lados. O presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Victor (MDB), interveio para apaziguar os ânimos e solicitou a retirada da fala de Pereira da ata oficial da sessão.

O caso do assassinato de Adriano Farias ainda está em investigação pela Polícia Civil de Alagoas. A expectativa é que a análise do telefone da vítima e o trabalho da comissão de delegados designada pelo Governo do Estado ajudem a elucidar o crime e determinar a sua motivação.