Após prisões em Columbia, protestos contra a guerra em Gaza se espalham por universidades dos EUA

23 de abril de 2024 às 07:46
PROTESTOS

Foto: reprodução

Por redação com The New York Times

Depois da prisão de mais de 100 pessoas no principal campus da Universidade Columbia, em Nova York, que participavam de um ato contra a guerra na Faixa de Gaza na quinta-feira, os protestos se espalharam por várias instituições dos Estados Unidos, com novas detenções e denúncias de antissemitismo contra manifestantes.

Na manhã de segunda-feira, 60 pessoas, incluindo 47 estudantes, foram presas na Universidade Yale, acusadas de bloquearem uma rua nos arredores do campus em New Haven, no estado de Connecticut. Elas foram levadas pela polícia do campus e posteriormente liberadas.

Mas isso não impediu que um segundo grupo retornasse ao local para continuar com a manifestação, que além de pedir o fim da guerra, trazia cartazes em defesa do movimento conhecido como BDS, sigla em inglês para “Boicote, Desinvestimento e Sanções”, que prega medidas contra Israel pelo que considera ser um “sistema de apartheid” nos territórios palestinos. Grupos judaicos chamam a política de “antissemita”, e governos regionais de vários países proíbem empresas e entidades de aplicá-la.

Segundo a polícia de Yale, não há planos para novas prisões no campus, desde que os manifestantes se expressem de maneira não violenta. Na parte da tarde, uma carta em apoio aos protestos já reunia mais de 1,5 mil assinaturas de alunos, ex-alunos e pais de alunos — o texto defende ainda que as doações à universidade sejam suspensas até que a administração se comprometa a não investir em empresas que forneçam armas a Israel.

No domingo, o reitor de Yale, Peter Salovey, disse que um conselho responsável pelas finanças da universidade foi contra abandonar os investimentos em indústrias do setor armamentista, uma decisão que ajudou a inflamar os protestos no campus. Na mensagem, ele afirmou que “há caminhos disponíveis para continuar essa discussão com transparência e civilidade”, e pede que aqueles “que tenham sugestões” sigam essa linha.

Na Universidade do Michigan, em Ann Arbor, cerca de 100 pessoas montaram um acampamento no principal campus, com barracas, cartazes e cadeiras. Segundo o New York Times, a polícia acompanha à distância, e há um grupo de manifestantes pró-Israel nos arredores. Protestos semelhantes ocorrem diante da New School, em Nova York, mas sem registro de incidentes graves. Na Universidade de Nova York, cerca de 10 barracas foram montadas do lado de fora da Escola de Negócios. Apesar de uma ordem da administração para que o local seja liberado, centenas de pessoas seguem diante do prédio, e a polícia apenas montou cavaletes de contenção, sem forçar a saída dos manifestantes.