Ex-embaixador dos EUA é condenado a 15 anos de prisão por espionar para Cuba

13 de abril de 2024 às 07:41
ESPIÃO

Foto: reprodução

Por redação com AFP

Victor Manuel Rocha, ex-embaixador dos Estados Unidos na Bolívia, foi condenado nesta sexta-feira a 15 anos de prisão por agir como agente secreto de Cuba por quatro décadas, em uma audiência realizada em um tribunal federal de Miami, na Flórida.

"O tribunal vai sentenciá-lo à pena máxima permitida por lei", declarou a juíza Beth Bloom, antes de anunciar a sentença de prisão, à qual somou o pagamento de uma multa de US$ 500 mil.

Rocha, de 73 anos, compareceu à tarde perante a juíza Beth Bloom em uma audiência que durou três horas e meia.

O ex-diplomata, que fez um acordo de cooperação com o Ministério Público, declarou-se inicialmente culpado de coletar informações de inteligência para o governo comunista de Cuba desde cerca de 1981.

Após reconhecer esses fatos, a juíza Bloom o condenou. A polícia americana prendeu Rocha em Miami em dezembro e o acusou de agir como agente de um governo estrangeiro sem o consentimento prévio de sua administração.

Em seus anos como informante, ele ocupou cargos importantes no Departamento de Estado, de onde teve acesso a informações confidenciais de alto nível e influenciou a política externa dos Estados Unidos.

O ex-diplomata admitiu ter trabalhado para Cuba durante "40 anos" em reuniões realizadas em 2022 e 2023 com um agente secreto do FBI, que se passava por um representante da Direção Geral de Inteligência da ilha.

Durante esses encontros, Rocha celebrou sua atividade como agente de inteligência cubana, que chamou de "meticulosa" e "muito disciplinada", e se referiu repetidamente aos Estados Unidos como "o inimigo" e seus contatos cubanos como "companheiros".