Estudo revela impactos da exposição ao mercúrio em pescadores e marisqueiras de Maceió

20 de março de 2024 às 14:47
Maceió

Vista panorâmica da Lagoa Mundaú em Maceió. - Foto: Adailson Calheiros

Por redação

O estudo realizado por Maiara Queiroz, do Programa de Pós-graduação em Química e Biotecnologia (PPGQB) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), revela os impactos preocupantes da exposição crônica ao mercúrio em profissionais que atuam no entorno do complexo Mundaú-Manguaba, em Maceió. Com a participação de 60 pescadores e marisqueiras dos bairros do Vergel, Pontal da Barra e Bebedouro, o estudo constatou altos índices de mercúrio no sangue desses trabalhadores, evidenciando danos oxidativos sistêmicos que podem comprometer a saúde do organismo.

O estudo, intitulado "Efeitos da Exposição Crônica ao Mercúrio em Pescadores do Complexo Lagunar Mundaú-Manguaba (CELMM) e em modelo animal hipercolesterolêmico", é fruto de uma pesquisa multidisciplinar que envolveu instituições como o Centro Universitário Cesmac e as Universidades de São Paulo (USP) e Estadual de Campinas (Unicamp). Financiado pelas Fundações de Amparo à Pesquisa de Alagoas (Fapeal) e de São Paulo (Fapesp), o estudo alerta para os riscos à saúde desses profissionais, cuja exposição constante ao ambiente contaminado resultou em uma contaminação sistêmica pelo mercúrio.

Os resultados da pesquisa evidenciam que os pescadores expostos apresentaram níveis significativamente mais elevados de mercúrio no sangue e na urina em comparação com o grupo controle. Além disso, foram observadas alterações estruturais na hemoglobina e comprometimento do sistema redox nos pescadores expostos.