Primeiro-ministro do Haiti anuncia que renunciará em meio à pressão de gangues que controlam 80% do país

12 de março de 2024 às 16:02
CRISE

Foto: reprodução

Por redação com AFP

O primeiro-ministro do Haiti, Ariel Henry, anunciou na noite desta segunda-feira que renunciará ao cargo assim que for estabelecido um Conselho Presidencial transitório que abra caminho para uma nova eleição e a retomada da estabilidade no país, devastado pela violência de gangues que controlam 80% do território. Henry, que se encontra em Porto Rico, confirmou sua decisão em uma conversa telefônica com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, que participou na segunda de uma reunião em caráter de urgência da Comunidade do Caribe (Caricom) em Kingston, capital da Jamaica, para abordar a crise no Haiti.

"O governo que eu lidero se retirará imediatamente depois da instalação do conselho", disse Henry em um discurso gravado na língua "créole" haitiana e postado nas redes sociais, em que mencionou o caos que tomou o Haiti.

"Nos magoa e revolta ver todas essas pessoas morrendo. O governo que lidero não pode continuar insensível a essa situação.", declarou.

Após a reunião de segunda-feira, líderes das 15 nações do Caribe, que lideram a pressão para a criação do conselho, disseram que ainda não foi finalizado nenhum plano nesse sentido — o que deixa em aberto se Henry realmente deixará o cargo. Mohamed Irfaan Ali, presidente da Guiana e da Caricom, anunciou que "tomamos nota da renúncia do primeiro-ministro Ariel Henry", mas que “ainda há um logo caminho a percorrer".