Governo Lula orienta embaixadores e diplomatas a não responder 'provocações' de Israel

20 de fevereiro de 2024 às 16:39
CRISE DIPLOMÁTICA

Foto: reprodução

Por redação com informações da coluna de Malu Gaspar

Os diplomatas e ministros do governo Lula foram orientados nos bastidores a não responder às falas e postagens de integrantes do governo israelense para não botar mais lenha na fogueira da relação entre os dois países.

De acordo com fontes do Itamaraty, o ministério das Relações Exteriores de Lula, a ordem interna é "não cair em provocação barata" e focar em respostas diplomáticas a Israel.

Fontes do governo relataram à equipe da coluna que essa linha de atuação foi discutida em uma reunião no Palácio da Alvorada entre Lula, o assessor especial para assuntos internacionais Celso Amorim e os ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Paulo Pimenta (Comunicação Social).

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que está no Rio de Janeiro para a reunião de chanceleres do G20, conversou pessoalmente com alguns ministros para discutir o cenário e evitar que a crise escalasse.

Na cúpula do Itamaraty, a ofensiva pública do governo de Israel sobre o Brasil é vista como uma "tática trumpista e bolsonarista" de desviar as atenções para a discussão que ocorreu hoje no Conselho de Segurança da ONU, com a votação de uma resolução apresentada pela Argélia condenando a ação de Israel em Gaza. A resolução foi vetada pelos Estados Unidos, que vão apresentar um texto alternativo.

O Brasil também fez hoje uma manifestação na Corte Internacional de Justiça em Haia, na Holanda, em que classificou como ilegal a ocupação israelense em territórios palestinos.

As últimas postagens do governo Benjamin Netanyahu sobre Lula ocorreram nesta tarde. Numa delas, o ministro das Relações Exteriores, Israel Katz, marcou o presidente brasileiro em um post em que afirma que "milhões de judeus em todo o mundo estão à espera do seu pedido de desculpas. Como ousa comparar Israel a Hitler?" A seguir, o perfil oficial do governo chamou Lula de "negador do Holocausto".