Após fala de Lula, Israel muda protocolo e decide fazer reunião com embaixador brasileiro no Museu do Holocausto

19 de fevereiro de 2024 às 14:13
POLÊMICA

Foto: Reprodução

Por redação com O Globo

O governo de Israel mudou o protocolo para encontros com diplomatas e representantes de nações estrangeiras e resolveu fazer a reunião com o embaixador do Brasil em Israel no museu do Holocausto, em Jerusalém. A mudança vem na esteira da fala de Lula neste domingo, quando com comparou o desastre humanitário em Gaza ao Holocausto. Normalmente, o encontro aconteceria no Ministério das Relações Exteriores.

“Esta manhã convoquei o embaixador brasileiro em Israel para o Museu do Holocausto, o lugar que testemunha mais do que qualquer outra coisa o que os nazistas e Hitler fizeram aos judeus, incluindo membros da minha família” , afirmou o chanceler Israel Kantz no X — antigo Twitter.

Em entrevista coletiva neste domingo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comparou as mortes de palestinos em Gaza à matança de judeus na Alemanha nazista de Adolf Hitler. Pouco tempo depois, o governo de Israel anunciou que iria repreender o embaixador brasileiro em Tel Aviv. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que “as palavras do presidente do Brasil são vergonhosas e graves”.

"A comparação do presidente brasileiro Lula entre a guerra justa de Israel contra o Hamas e as acções de Hitler e dos nazis, que destruíram 6 milhões de judeus, constitui um grave ataque anti-semita que profana a memória daqueles que morreram no Holocausto", seguiu o chanceler nas redes.

O representante do governo de Israel também afirmou Lula é "indesejado" no país até que peça desculpas. "Não perdoaremos e não esqueceremos - em meu nome e em nome dos cidadãos de Israel, informei ao Presidente Lula que ele é uma personalidade indesejável em Israel até que ele peça desculpas e se retrate de suas palavras", finalizou.