Integrantes da Abin de Bolsonaro serão indiciados por crimes contra soberania nacional
Por redação com Metrópoles
A Polícia Federal (PF) pedirá o indiciamento de integrantes do governo Bolsonaro pelo cometimento de crime contra a soberania nacional, no âmbito do inquérito que apura irregularidades na Agência Brasileira de Inteligência (Abin). O delito é previsto na Lei nº 14.197, sancionada pelo então presidente Bolsonaro em 2021 e que tipifica crimes contra o Estado Democrático de Direito.
Fontes a par da investigação relataram que o crime teria se configurado pelo uso do software espião First Mile. Adquirido pela Abin por R$ 5,7 milhões ainda no governo Temer, o dispositivo israelense foi usado para monitorar a geolocalização de autoridades, adversários e aliados de Bolsonaro durante a gestão passada.
O artigo 359, referente à espionagem, é lembrado por investigadores. Ele caracteriza como crime “entregar a governo estrangeiro, a seus agentes, ou a organização criminosa estrangeira, em desacordo com determinação legal ou regulamentar, documento ou informação classificados como secretos ou ultrassecretos”.
O inciso 2 estabelece também haver crime se “documento, dado ou informação for transmitido, ou revelado com violação do dever de sigilo”. A pena prevista, neste caso, é de 6 a 15 anos de reclusão.