Cientistas sul-coreanos criam arroz bovino como opção para substituir carne vermelha

15 de fevereiro de 2024 às 13:24
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Alimento criado em laboratório resultou em uma mistura de carne bovina cultivada dentro de grãos de arroz. Foto: Yonsei University

Cientistas sul-coreanos desenvolveram um arroz cor-de-rosa, cultivado em laboratório com células de músculo e gordura de vaca dentro dos grãos. O arroz híbrido, chamado de "arroz bovino", poderia oferecer uma fonte de proteína mais barata e ambientalmente mais sustentável, com uma pegada de carbono muito menor do que a carne vermelha, dizem os pesquisadores.

"Imagine obter todos os nutrientes que precisamos a partir de um arroz cultivado com células de proteína animal", escreveu a autora principal do estudo, Sohyeon Park, em um comunicado divulgado ontem (14), quando o estudo foi publicado na revista científica Matter. "O arroz já tem um alto nível de nutrientes, mas adicionar células de proteína animal pode aumentá-lo ainda mais".

Para criar o arroz híbrido, os cientistas cobrem o arroz com gelatina de peixe, auxiliando as células da carne a aderirem melhor. Em seguida, inserem células-tronco de músculo e gordura de vaca nos grãos de arroz, cultivados em uma placa de Petri. As células da carne crescem na superfície e dentro dos grãos de arroz. Após aproximadamente 9 a 11 dias, o resultado final é alcançado — descrito no estudo como "algo como um sushi de microcarne", apresentando uma textura, perfil nutricional e sabor distintos dos grãos de arroz convencionais.

Segundo o estudo, o produto utiliza ingredientes seguros e acessíveis, tornando sua produção e armazenamento fáceis. Além disso, é mais econômico em comparação com a carne convencional. Segundo os cientistas, o quilo do "arroz bovino" pode custar até seis vezes menos que um quilo de carne magra.

O arroz bovino permanecerá em desenvolvimento para melhorar seu valor nutricional, textura e sabor. Park tem esperanças de que um dia o arroz híbrido possa ser distribuído em supermercados.

Foto: Reprodução/ Revista Matter

 

 

Fonte: UOL/Revista científica Matter