Paulo Dantas cresce longe dos Calheiros ao se aproximar de Lira
Por Berg Morais
O que era impossível para muitos, sempre foi realidade para quem vive a política em sua essência. A possível reaproximação entre o governador Paulo Dantas (MDB) e o presidente da Câmara Federal Arthur Lira (Progressistas) pode dar fim ao império político construído há quase meio século em Alagoas pela família Calheiros.
Com uma postura serena, Paulo Dantas vem demonstrando politicamente que os alagoanos já não aceitam mais o discurso cheio de ódio, com pitadas de arrogância e ausência de propostas que contribuam de alguma forma com a melhoria de vida da população. O exemplo mais recente foi o da ex-senadora Heloísa Helena, que teve seus “berros” silenciados no cenário público conforme decisão do povo, através do voto.
Se fosse candidato em Maceió, por exemplo, o senador Renan poderia ter um futuro semelhante ao de HH, conforme as pesquisas de opinião pública que escancaram a rejeição ao sobrenome Calheiros ou a seus indicados. O fato é que Paulo Dantas não é refém dos Calheiros e, sim, o contrário.
Sem Calheiros, Paulo Dantas criaria uma própria imagem e passaria a ser um personagem político “independente” com possibilidades de ter “vida longa” no cenário político local. Já Renan – o pai – precisa da estrutura do Palácio República dos Palmares para garantir a reeleição ao Senado, em 2026. Já Renan Filho deseja retornar ao cargo de Governador de Alagoas, mas, para isso, terá que dizer que sua gestão foi melhor do que a de Paulo Dantas. Daí, o “X” da questão: todos os Calheiros ganham, mas onde entra Paulo Dantas?
Caso seja concretizada a aliança Dantas x Lira, o prefeito JHC (PL) entra no “pacote” e o novo grupo político teria referencias pluralistas, com possibilidades de comandar a prefeitura de Maceió, o Governo do Estado e as duas vagas no Senado Federal. Portanto, esse seria de fato o fim da “era Calheiros” em Alagoas.