Em depoimento à CPI, ex-ministro de Bolsonaro diz que minuta golpista é 'fantasiosa' e 'aberração jurídica'
Por redação com o Globo
O ex-ministro da Justiça Anderson Torres afirmou nesta terça-feira, em depoimento à CPI do 8 de Janeiro, que a minuta golpista encontrada pela Polícia Federal durante uma operação em sua casa é "fantasiosa" e uma "aberração jurídica". Ele afirmou que o documento era apócrifo, sem data e, por um descuido, segundo ele, não fora descartado. O mandado de busca e apreensão foi cumprido em 10 de janeiro, dois dias após a ação golpista na Praça dos Três Poderes.
Ele começou a prestar depoimento por volta das 9h40. Na largada, ele apresentou informações sobre a formação acadêmica e trajetória profissional e afirmou ser um dos principais interessados em esclarecer os fatos referentes ao atos antidemocráticos.
"A polícia encontrou um texto apócrifo, sem data, uma fantasiosa minuta, que vai para coleção de absurdos que constantemente chegam aos detentores de cargos públicos. Vários documentos vinham de diversas fontes para que fossem submetidos ao ministro. Em razão da sobrecarga de trabalho eu normalmente levava pasta de documentos para casa. Os documentos importantes eram despachados e retornavam ao Ministério, sendo os demais descartados. Um desses documentos deixados para descarte foi o texto chamado de minuta do golpe", afirmou.
O ex-ministro acrescentou que não sabe quem foi o responsável pela redação e entrega do papel.
"Basta uma breve leitura para que se perceba ser imprestável para qualquer fim, uma verdadeira aberração jurídica. Este papel não foi para o lixo, por mero descuido. Não sei quem entregou este documento apócrifo e desconheço as circunstâncias em que foi produzido. Sequer cogitei encaminhar ou mostrar para alguém. Soube pela imprensa que outras pessoas haviam recebido documentos com teor semelhante e que estes circulavam pela internet. Esta é a verdade. Nada mais posso dizer sobre isso", afirmou o ministro