Segundo a ONU, mais de 250 milhões de pessoas enfrentaram fome severa em 2022

12 de junho de 2023 às 06:11
Insegurança Alimentar

Foto: Reprodução Internet

Com a crise sanitária trazida pela pandemia, a guerra na Ucrânia e as agressões ao meio ambiente, o número de pessoas que passam fome deu um salto nos últimos anos. De acordo com relatório produzido sob a liderança da ONU (Organização das Nações Unidas), cerca de 258 milhões em 58 países estiveram diante de pratos vazios em 2022, representando a maior taxa de insegurança alimentar dos últimos sete anos. As informações são do Yahoo News.

Além do confronto entre Moscou e Kiev, conflitos locais, mudanças climáticas e os impactos econômicos da pandemia de Covid-19 foram os principais fatores que contribuíram para a fome, juntamente com a alta inflação. Apesar desses desafios, muitos críticos afirmam que a insegurança alimentar em larga escala poderia ter sido evitada de maneira significativa.

O Relatório Global de 2023 sobre crises alimentares revelou que o número de pessoas que enfrentam fome em todo o mundo aumentou em 33% em 2022 em comparação com o ano anterior, totalizando 193 milhões de pessoas em 53 países e territórios. Além disso, pelo quarto ano consecutivo, mais pessoas estão sofrendo de insegurança alimentar grave, classificadas na Fase 3 ou superior de acordo com o IPC (Classificação Integrada de Fases de Segurança Alimentar). O IPC é uma ferramenta utilizada para análise e tomada de decisões relacionadas à segurança alimentar. De acordo com Emily Farr, líder de segurança alimentar e econômica da Oxfam, uma organização global dedicada ao combate à pobreza global, por anos, organizações e indivíduos em posições de poder têm alertado sobre essa última crise de fome, que faz parte de um ciclo longo e evitável. Não surtiu efeito, segundo ela.

“No entanto, parece que a comunidade internacional não está ouvindo esses avisos e cumprindo suas responsabilidades até que uma verdadeira catástrofe ocorra, e mesmo assim ainda não é suficiente,” disse Emily.

A insegurança alimentar aguda requer assistência urgente em termos de alimentação, nutrição e meios de subsistência. De acordo com os autores do relatório, a escassez de recursos devido às diversas crises ao redor do mundo muitas vezes resulta em problemas como a fome, especialmente nos países mais pobres, que se intensificam ao longo do tempo.

A disponibilidade limitada de financiamento em relação à necessidade existente torna necessário tomar decisões difíceis sobre a distribuição de alimentos para atender às demandas. Rebecca Richards, diretora da Global Network Against Food Crises, responsável pela produção do relatório, explicou à Devex, uma organização de notícias independente que aborda o desenvolvimento global, que o financiamento é tão limitado que é “necessário escolher quem receberá assistência alimentar” com base nessas restrições.

Segundo o relatório encomendado por organizações como a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), PMA (Programa Mundial de Alimentos), Banco Mundial, União Europeia (UE), Estados Unidos e membros da Rede Global Contra Crises Alimentares, aproximadamente 40% da população na Fase IPC 3 ou superior – equivalente a cerca de 108 milhões de pessoas – residiam em apenas cinco países: República Democrática do Congo, Etiópia, Afeganistão, Nigéria e Iêmen.

Fonte: Site A Referência (www.areferencia.com)