Cirurgia bariátrica pode reverter danos em nervos ocasionados pelo diabetes

Um estudo realizado por pesquisadores do Departamento de de Saúde de Neurologia da Universidade de Michigan, nos EUA, constatou que pessoas que tinham problemas de neuropatia periférica (danos nos nervos desde a medula até dedos de mãos e pés) em decorrência do diabetes tiveram o problema revertido após a realização da cirurgia bariátrica. Os resultados foram publicados no periódico europeu Diabetologia.

Para a pesquisa, os cientistas reuniram 120 pacientes que teriam feito a cirurgia dois anos ou mais antes do estudo. Eles analisaram duas medidas relacionadas à neuropatia periférica em pacientes com obesidade, realizando biópsias da pele que mostrassem a densidade das fibras nervosas na coxa e nas pernas.

“Nossas descobertas sugerem que a cirurgia bariátrica provavelmente permite a regeneração dos nervos periféricos e, portanto, pode ser um tratamento eficaz para milhões de indivíduos com obesidade que correm o risco de desenvolver diabetes e neuropatia periférica”, afirmam Brian Callaghan e Eva Feldman, autoras do estudo.

O diabetes e a obesidade são os principais fatores de risco para o desenvolvimento de neuropatias periféricas. Além disso, eles puderam descobrir que outros fatores metabólicos de risco para o desenvolvimento do diabetes, como altos níveis de glicose e lipídios apresentaram a cirurgia bariátrica melhores resultados, assim como as taxas de pressão arterial e de colesterol total.

Evan Reynolds, autor principal do estudo, avalia que, considerando a piora do quadro de neuropatia em pacientes com obesidade, os resultados são positivos. "Nossas descobertas de estabilidade da densidade de fibras nervosas na perna e melhora na densidade de fibras nervosas na coxa indicam que a cirurgia bariátrica pode ser uma terapia bem-sucedida para melhorar ou reverter a neuropatia periférica em pacientes com comprometimento metabólico de longo prazo”, alega Reynolds.

Atualmente, o tratamento para neuropatia periférica são direcionados à dor, utilizando medicamentos orais, analgésicos tópicos e tratamentos não médicos, como exercícios e terapia cognitivo-comportamental.

Fonte: R7saúde