Durante evento nos EUA, Bolsonaro fala sobre possibilidade de se tornar inelegível

15 de março de 2023 às 15:17
Polêmica

Foto: Reprodução

Por redação com O Globo

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu a possibilidade de ficar inelegível até as eleições de 2026 e classificou sua "eventual prisão" como "arbitrariedade".

A declaração foi dada em um evento para empreendedores brasileiros em Orlando, nos Estados Unidos, na noite desta terça-feira (14). A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro também esteve no local, logo após chegar ao país, no primeiro encontro entre o casal após o escândalo das joias sauditas. O ex-presidente, no entanto, não foi questionado sobre o caso pelos apoiadores.

Bolsonaro aborda a tema ao comentar os desdobramentos legais da reunião com embaixadores, em julho passado. Na ocasião, o ex-mandatário atacou, sem provas, as urnas eletrônicas e colocou em dúvida o processo eleitoral brasileiro.

"Existe a possibilidade de inelegibilidade sim, mas a questão de prisão só se for arbitrariedade", disse o ex-mandatário brasileiro.

No mesmo evento, o ex-presidente voltou a defender os presos durante os atos golpistas que culminaram na invasão e depredação da sede dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro, e repetiu a tese de que haviam infiltrados.

Jair Bolsonaro está nos Estados Unidos desde o dia 30 de dezembro de 2022. Após idas e vindas, ele voltou a cravar um retorno ao Brasil.

"Eu sempre marco uma data para voltar. A data marcada agora é dia 29 deste mês. Sete dias antes a gente estuda a situação: como está o Brasil, como estão os contatos aqui", disse.

Michelle e Bolsonaro se reencontraram pela primeira vez nesta terça-feira após o caso das joias ser revelado pelo jornal Estado de S.Paulo. O governo do ex-presidente tentou entrar no país ilegalmente com joias avaliadas em 3 milhões de euros, o equivalente, na cotação atual, a aproximadamente R$ 16,5 milhões. O episódio aconteceu em outubro de 2021 e envolveu várias tentativas subsequentes de liberar os itens da alfândega no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, onde o material acabou apreendido por não ter sido devidamente declarado. O Ministério Público Federal (MPF) investiga o caso.

Ao comentar sobre o destino político da ex-primeira-dama, Bolsonaro elogiou a habilidade retórica da companheira, mas disse que Michelle "não é candidata ao Executivo".