Engenheiro da Braskem se recusa a responder perguntas na CPI
Redação
O engenheiro de minas Paulo Roberto Cabral de Melo, ex-gerente geral da Usina de Mineração da Salgema em Maceió, escolheu ficar em silêncio durante depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Braskem nesta terça-feira (14).
Apesar da grande expectativa do colegiado para obter informações técnicas sobre as atividades da empresa, ele se amparou em um habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para evitar responder às perguntas dos senadores.
Convocado a pedido do senador Rogério Carvalho (PT-SE), relator da CPI, Paulo Roberto era considerado peça fundamental para o avanço das investigações. Sua atuação como responsável técnico pelas minas da Salgema por mais de duas décadas (entre 1976 e 1997) o tornava detentor de informações cruciais sobre os aspectos técnicos e operacionais da Braskem em Maceió.
A recusa do engenheiro em colaborar com a CPI foi interpretada pelo relator Rogério Carvalho como um "atestado de culpa da petroquímica". Segundo ele, o silêncio de Paulo Roberto reforça a tese de que a Braskem é responsável pelos danos socioambientais causados pelo afundamento do solo em bairros de Maceió.
Durante o depoimento, o senador Rogério Carvalho fez duras críticas ao ex-gerente da Salgema. Ele o acusou de omissão e participação em diversas irregularidades, como a contratação de empresas sem licitação e a manipulação de laudos técnicos para favorecer a Braskem.