Putin terá novo encontro com Xi Jinping em meio a piora de conflitos globais

14 de maio de 2024 às 07:54
POLÍTICA INTERNACIONAL

Foto: reprodução

Por redação com CNN

O líder chinês Xi Jinping dará as boas-vindas a Vladimir Putin à China na quinta-feira (16) para a segunda visita do presidente russo em menos de um ano – o mais recente sinal do seu crescente alinhamento no meio do agravamento das divisões globais à medida que conflitos devastam Gaza e Ucrânia.

Putin chegará à China pouco mais de uma semana depois de iniciar um novo mandato, prolongando o seu governo até 2030.

A sua visita, marcada para os dias 16 e 17 de maio, segundo a mídia estatal chinesa, reflete a visita de Estado do próprio Xi a Moscou há pouco mais de um ano, onde marcou o início de um novo mandato como presidente.

Desta vez, a reunião acontece meses antes das eleições presidenciais americanas e num momento em que Washington enfrenta uma crescente reação internacional devido ao seu apoio à guerra de Israel em Gaza.

O objetivo é fornecer uma plataforma para os líderes discutirem como tudo isto pode promover a sua ambição partilhada de degradação e oferecer uma alternativa ao poder americano.

A visita também ocorre num momento em que os dois líderes operam dentro do que os observadores dizem ser uma coordenação de interesses frouxa, mas crescente, entre os países declaradamente antiamericanos, o Irã e a Coreia do Norte.

Os governos ocidentais acreditam que Pyongyang – que tem uma economia quase inteiramente dependente da China – está a ajudar a Rússia com fornecimentos de guerra, tal como Teerã, que está a ser apoiado economicamente pela Rússia e pela China e é um ator poderoso no conflito no Oriente Médio.

Putin chegará para a visita de Estado de dois dias encorajado pela sobrevivência da sua economia durante a guerra e no meio de uma nova ofensiva importante em pontos-chave da linha da frente na Ucrânia.

Para Xi, recém-regressado de uma digressão europeia, a visita é uma oportunidade para mostrar que a sua lealdade a Putin não quebrou a sua capacidade de interagir com o Ocidente.

Mas a ótica da fidelidade estridente desmente um quadro mais desafiador.

A pressão de Washington sobre Pequim aumenta devido ao seu alegado apoio à indústria de defesa russa.

Na Europa, Xi teve de enfrentar tensões acentuadas em França – apenas acolhidas com alarde na Sérvia e na Hungria, enquanto o principal parceiro da China, a Rússia, permanece isolado na cena mundial.

Xi intensificou os seus apelos à Europa e a outros países para que ajudem o mundo a evitar uma “Guerra Fria”, sugerindo que resistam ao que Pequim vê como esforços dos EUA para conter a China.

Mas o próprio líder – inclusive no momento em que recebe Putin esta semana – parece estar a estreitar as relações para sublinhar uma divisão global crescente que poderá aprofundar as divisões com o Ocidente, cuja tecnologia e investimento, dizem os especialistas, a China precisa.

“Vivemos num mundo mais perigoso, os poderes autoritários estão cada vez mais alinhados. A Rússia está a receber apoio para a sua guerra de agressão por parte da China, do Irão e da Coreia do Norte”, alertou o chefe da NATO, Jens Stoltenberg, no mês passado.

“Isto lembra-nos que a segurança não é regional, a segurança é global. E devemos trabalhar com os nossos parceiros que pensam da mesma forma em todo o mundo para preservar e proteger a segurança transatlântica.”