'Pessoal está criando muita coisa', diz governador de SP sobre investigação da PF que mira Bolsonaro

15 de fevereiro de 2024 às 14:18
POLÍTICA NACIONAL

Foto: Reprodução

Por redação com o Globo

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), saiu em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta quinta-feira, dizendo não enxergar elementos que justifiquem a "responsabilização" do ex-titular do Planalto, alvo de investigação por articular um golpe de Estado e atacar o sistema eleitoral. O governador ainda alegou que "muita coisa" está sendo criada e reafirmou que estará ao lado do aliado "sempre", nos "momentos bons e difíceis".

A Polícia Federal reuniu uma série de provas que implicam Bolsonaro e a cúpula de seu governo na tentativa de golpe. Por exemplo, um texto que foi encontrado na sala de Bolsonaro na sede do PL, em Brasília, com argumentos para a decretação de estado de sítio e de uma Operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). Também foi divulgado o vídeo de uma reunião do dia 5 de julho de 2022 na qual Bolsonaro mobiliza ministros a atuarem contra o processo eleitoral.

"Sinceramente, eu não consigo ver, e essa não é uma opinião minha, tem muitos juristas divididos, nada que traga uma responsabilização para ele (Bolsonaro). Não vejo. Acho que o pessoal está criando muita coisa. Com o tempo, tudo vai ser esclarecido. Confio muito num cara que eu aprendi a admirar, que eu trabalhei junto, que a única coisa que eu vi nesse tempo todo que eu trabalhei com ele foi preocupação com as pessoas, mais nada. Vou estar junto dele. Sempre", disse Tarcísio.

O governador de São Paulo ainda ressaltou que tem uma "relação fraterna" com Bolsonaro.

"Uma coisa que a gente tem que entender: lealdade e gratidão não vão embora nunca. Eu vou estar do lado do Bolsonaro seja em que momento for. Nos momentos bons, nos momentos difíceis. Se o presidente está precisando do apoio, eu vou estar do lado dele", declarou Tarcísio.

O governador vinha evitando declarações públicas sobre a operação da PF que mirou o ex-presidente. e, devido a isto, foi cobrado a se posicionar pelo coronel Ricardo Mello Araújo, indicado por Bolsonaro para ser vice na chapa do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB). O coronel, que é ex-presidente da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), marcou o governador num vídeo em que pede para líderes de direita, em especial, os governadores, para se manifestarem.

"Esses governadores precisam se manifestar, para a gente até entender se está certo, se está errado. Porque o povo está meio perdido e precisa estar ouvindo a voz de quem a gente votou. Cadê o povo da direita se manifestando",  afirmou Mello Araújo.