projeto com abelhas mostra como verba de R$ 3,4 bilhões pode ajudar a frear o desmatamento

27 de agosto de 2023 às 09:03
Fundo da Amazônia

A quinze minutos de barco do centro de Belém, uma linha de troncos guia o caminho rodeado de terra úmida até um espaço de sombras livre do sol quente da úmida capital do Pará. As moradoras são consideradas agentes cruciais na preservação da Amazônia: abelhas melíponas (espécie sem ferrão). Elas só estão vivas graças, em parte, aos recursos do Fundo Amazônia, que financiou o projeto que as espalhou por comunidades tradicionais da floresta.

O mecanismo, idealizado e gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), capta doações internacionais que premiam o bom desempenho do Brasil na redução de emissões de dióxido de carbono (CO2). Nessa conta, o desmatamento é o maior vilão - e o principal alvo para se derrubar as emissões.

Desde sua criação, há 15 anos, o fundo já apoiou 653 instituições, impactando 241 mil pessoas envolvidas em atividades produtivas sustentáveis. No período, foram:

  • R$ 3,4 bilhões em doações recebidas;
  • R$ 1,8 bilhão de recursos alocados a projetos; e
  • R$ 1,5 bilhão de recursos já desembolsados.

Ao todo, 75 milhões de hectares de áreas de floresta foram incluídas no manejo sustentável, segundo dados do fundo.

As casinhas para as abelhas foram idealizadas pelo projeto de uma organização da sociedade civil, o Instituto Peabiru, que recebeu R$ 2 milhões entre 2014 e 2017 do Fundo Amazônia. O Peabiru buscou novos financiamentos com o Fundo em 2018 e chegou a ser selecionado para mais uma rodada de investimentos. Mas a possibilidade nunca se concretizou: o Fundo Amazônia foi paralisado pelo governo do então presidente Jair Bolsonaro (PL), em 2019, e congelou recursos para novos projetos, mantendo apenas repasses para ações já iniciadas.

Fonte: Portal G1 (www.g1.globo.com)