Gastos com pessoal sobe três vezes em Alagoas em meio a proposta de reajuste
Por Berg Morais
Em uma reportagem publicada nesta semana, o Valor Econômico trouxe à luz uma preocupante tendência nacional: todos os estados do Brasil estão aumentando os gastos com pessoal a uma taxa mais elevada do que suas próprias receitas. Em meio a esse cenário, Alagoas, no primeiro trimestre de 2023, as despesas correntes, principalmente aquelas relacionadas a gastos com pessoal, cresceram 10,1%. Esse aumento é quase três vezes superior ao crescimento da receita corrente líquida, que foi de 3,6%.
Mesmo com a nomeação de concursados, os cargos comissionados também cresceram para alocar os grupos que apoiaram Paulo Dantas (MDB), nas eleições do ano passado. Em meio a tudo isso, os servidores entram em greve, cobrando reajuste. No cenário nacional, os governadores enfrentaram, durante o primeiro semestre de seus mandatos, uma combinação preocupante: queda nas receitas e aumento das despesas, impulsionado principalmente pelos gastos com pessoal, que possuem uma natureza permanente.
Dados coletados de todos os 26 estados e do Distrito Federal revelaram que a receita tributária teve um decréscimo real de 7,8% em relação aos mesmos meses de 2022, o que por sua vez impactou a receita corrente, levando-a a cair 2,3%. No mesmo período, as despesas correntes cresceram 4,7% em termos reais, com um notável aumento de 6,6% nos gastos com pessoal. Enquanto isso, os investimentos seguiam a lógica do ciclo eleitoral e sofreram uma queda de 27,4%.
No entanto, Alagoas destoa dessa tendência negativa ao manter suas contas mais equilibradas.
A atenção direcionada à gestão fiscal e a adoção de medidas eficientes de controle parecem estar contribuindo para que o estado enfrente esses desafios de maneira mais resiliente.