Lula omitiu de lista de presentes oficiais relógio suíço de R$ 80 mil
Por redação
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) omitiu, da lista de presentes oficiais da Presidência durante seu primeiro mandato, um relógio suíço de R$80 mil.
O relógio, que já seria um item antigo da presidência, foi fotografado no pulso do petista durante evento do centenário do PCdoB no Rio de Janeiro, no final de março do ano passado. e foi motivo de críticas durante campanha de 2022.
O item, que se trata de um relógio da marca Piaget, foi um presente do então presidente da França, Jacques Chirac, em 2005, mas não está na relação de 568 itens apresentada por Lula quando ele foi alvo de processo no Tribunal de Contas da União (TCU) em 2016 pela posse irregular de presentes oficiais da Presidência.
Lula assumiu na época que se tratava de um presente da época da Presidência, mas não tinha detalhado a origem.
“No dia que ganhei, escolhi o que mais gostei. Mas o relógio estava parado, levei numa loja e disseram que para consertar seriam R$ 2.500. Não paguei, achei caro. Depois, deram corda nele e voltou a funcionar”, disse o petista na ocasião.
Lula alegou na live que tinha perdido o relógio e o reencontrado apenas recentemente. Entretanto, na lista enviada ao TCU, ele citou apenas oito presentes como perdidos, nenhum deles o relógio Piaget.
O petista pagou apenas R$ 11 mil em compensação pelos presentes listados como perdidos.
Independentemente das controvérsias sobre o caráter personalíssimo, e a aquisição ao acervo pessoal, a não declaração do presente oficial já configura irregularidade.
Guardadas as devidas proporções, cenário semelhante aconteceu no caso das joias sauditas, envolvendo Jair Bolsonaro.
Em outubro de 2021, comitiva do Ministério de Minas e Energia que voltava da Arábia Saudita entrou no Brasil com ao menos três pacotes de joias.
Liderada pelo então ministro Bento Albuquerque, a comitiva não declarou nenhum dos pacotes na alfândega do Aeroporto Internacional de Guarulhos.
Bens pessoais acima de US$ 1.000 são taxados e precisam ser declarados. Segundo o senador Flávio Bolsonaro (PL), esse era o caso de ambas as joias.
Se forem presentes ao Estado, no caso à Presidência da República, seriam isentos de impostos, mas mesmo assim precisavam ser declarados — o que não aconteceu.