Empresário Thiago Brennand também é suspeito de apropriação indébita e ameaça após calote em obras de arte
A Polícia Civil de São Paulo investiga pelos crimes de apropriação indébita e ameaça Thiago Brennand, o empresário e herdeiro preso suspeito de estupros e agressões. O inquérito no 15º DP de São Paulo foi aberto em abril depois de supostos calotes em obras de arte.
Segundo apurado pelo g1, Brennand teria encomendado obras entre março de 2020 e novembro de 2022, no Itaim Bibi, Zona Sul de São Paulo. A relação comercial com o vendedor que o acusa de ameaça começou em um leilão de peças onde o empresário arrematou um quadro de R$ 350 mil, mas não pagou e teve o nome negativado. O empresário e herdeiro está preso no Brasil desde 29 de abril por estupro, agressão, cárcere privado e ameaça (leia abaixo).
Ao ser cobrado pelo valor, Brennand teria dito ao vendedor que “não sabiam com quem estavam falando”. Para “salvar a venda”, um funcionário entrou em contato e teria oferecido um desconto de 5%, que era o lucro da operação.
Brennand teria dito que estava montando uma coleção para decorar a mansão em Porto Feliz, no interior do estado, e passou e encomendar mais obras.
Durante os encontros na capital paulista, o negociante relatou, no documento, que Brennand costumava estar cercado por seguranças armados e reafirmava ser “o maior colecionador de armas”.
A Polícia Civil apreendeu em março, em Atibaia, interior do estado, 67 armas do empresário após o Exército suspender no ano passado o registro de CAC, sigla usada para identificar caçadores, atiradores e colecionadores de armamentos e munições.
Obras
Brennand, segundo a investigação, também teria se apropriado de duas obras de autoria do artista plástico Sergio Camargo, e passou a exibi-las como se fosse dele nas redes sociais.
O empresário também comprou um quadro do pintor nordestino Antonio Bandeira, mas não pagou. Brennand também disse que se apropriou de mais um quadro como “forma de punição” ao vendedor.
Ao todo, cerca de quatro quadros não foram pagos e o vendedor tentou cobrar o dinheiro, mas desistiu por ameaças. A vítima trouxe a situação à tona após as denúncias envolvendo o réu de violência contra mulheres repercutidas nos últimos meses.
"Quando os casos vieram ao conhecimento público, a vítima nos procurou para auxiliá-la nas medidas necessárias para o retorno dos bens em questão, esperamos as apurações das autoridades", diz a defesa.
Os advogados de Brennand foram procurados para comentar sobre o caso, mas não houve resposta até a publicação. O caso segue em investigação.
Fonte: Portal G1 (www.g1.globo.com)